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CRIME ORGANIZADO

O que se sabe sobre a execução do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes

Considerado um dos maiores inimigos do PCC, ele foi atacado em ação planejada e com armamento pesado em Praia Grande (SP).

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Imagem ilustrativa da notícia O que se sabe sobre a execução do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes camera Ex-delegado Ruy Ferraz Fontes, assassinado em Praia Grande, era conhecido por seu combate à facção PCC e tinha mais de quatro décadas de experiência na Polícia Civil de São Paulo. | Divulgação/PCSP

A tranquilidade típica do litoral paulista foi abalada por uma cena de violência que ganhou repercussão nacional. Na última segunda-feira (15), o ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo e então secretário de Administração de Praia Grande, Ruy Ferraz Fontes, foi executado em plena via pública. Conhecido por seu histórico de combate ao crime organizado, ele era considerado um dos principais inimigos do Primeiro Comando da Capital (PCC) e, segundo autoridades, vinha sendo alvo de ameaças desde o período em que atuou na cúpula da corporação.

A PERSEGUIÇÃO E OS TIROS

A morte de Ruy aconteceu em circunstâncias que evidenciam um ataque planejado e de alta complexidade. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que o carro do ex-delegado é perseguido em alta velocidade por outro veículo ocupado pelos criminosos. Durante a perseguição, o automóvel de Ruy é atingido por disparos, perde o controle e acaba colidindo contra um ônibus. Mesmo após o acidente, os executores desceram do carro e dispararam novamente contra a vítima, garantindo a execução. O episódio revela um nível de organização que chamou a atenção dos investigadores.

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CARRO INCENDIADO E VÍTIMAS

Após a execução, os criminosos abandonaram o veículo usado na perseguição e o incendiaram, numa clara tentativa de eliminar provas. A ação não deixou apenas a morte de Ruy: duas outras pessoas ficaram feridas no tiroteio, evidenciando o grau de violência empregado pelos assassinos. Até o momento, os responsáveis pelo ataque não foram identificados.

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CARREIRA MARCADA PELO COMBATE AO PCC

A trajetória de Ruy Ferraz Fontes foi marcada pela atuação direta contra o crime organizado. Com mais de quatro décadas dedicadas à Polícia Civil de São Paulo, ele ocupou alguns dos cargos mais estratégicos da instituição, como delegado-geral de Polícia e diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap). Também atuou em unidades de peso no combate à criminalidade, como o Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), o Denarc (Departamento de Investigações sobre Narcóticos) e o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).

Foi justamente nesse percurso que ganhou notoriedade nacional ao enfrentar a facção criminosa PCC. Em 2006, Ruy foi o responsável por indiciar toda a cúpula da organização, incluindo Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, o que resultou no isolamento dos líderes na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau. Desde então, passou a ser jurado de morte pela facção, condição que carregou ao longo de sua carreira e mesmo depois de ter se afastado das atividades policiais.

FORMAÇÃO E ATUAÇÃO RECENTE

Ruy era formado em Direito pela Faculdade de São Bernardo do Campo, com pós-graduação em Direito Civil e especialização em Administração Pública. Também acumulava experiência internacional, tendo realizado cursos de treinamento antidrogas e antiterrorismo na França, além de aperfeiçoamento em repressão ao narcotráfico no Canadá. Em janeiro de 2023, ele assumiu a Secretaria de Administração da Prefeitura de Praia Grande, cargo que exercia até ser assassinado.

CRIME PLANEJADO E USO DE ARMAMENTO PESADO

A avaliação das autoridades reforça a hipótese de um ataque meticulosamente preparado. O delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian, declarou que a ação demonstrou elevado nível de complexidade. "Pela complexidade que a gente viu na ação criminosa propriamente dita, possivelmente ele tenha sido seguido outros dias também", afirmou. Segundo Dian, mais de 20 disparos foram efetuados contra o carro da vítima, alguns deles realizados com fuzis. "No momento da perícia, constatamos que os tiros foram efetuados com técnicas apuradas. Nenhuma linha de investigação será descartada; vamos trabalhar incansavelmente para capturar os responsáveis", completou.

Ainda de acordo com o delegado-geral, os criminosos utilizaram armamento pesado, carregadores de fuzil e munições, parte do material encontrado em um dos veículos abandonados. A execução de Ruy, segundo Dian, teve a marca de profissionais com preparo específico para esse tipo de ataque.

REFORÇO POLICIAL E FORÇA-TAREFA

Diante da gravidade do crime, o governo de São Paulo anunciou o reforço do policiamento na região do litoral e determinou a formação de uma força-tarefa para identificar os envolvidos na execução. A operação contará com o apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e equipes de inteligência da Polícia Civil.

O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, lamentou a morte de Ruy e destacou, em mensagem nas redes sociais, que o governador Tarcísio de Freitas ordenou prioridade máxima para a elucidação do caso. "As equipes de investigação e operacionais estão totalmente mobilizadas, seguindo as orientações do governador Tarcísio e do secretário Derrite. Não vamos parar enquanto não prender esses criminosos", afirmou Dian.

REPERCUSSÃO

A execução do ex-delegado gerou forte repercussão entre entidades de classe e autoridades ligadas à segurança pública. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo lamentou a perda. Já a Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol) classificou o crime como "uma tragédia de proporções inenarráveis, que atinge não apenas a Polícia Civil, mas toda a sociedade brasileira, pois cala uma voz firme e comprometida com a lei, a justiça e a proteção da cidadania."

As investigações sobre a execução de Ruy Ferraz Fontes seguem em andamento nesta terça-feira (16).

COMO FOI A EXECUÇÃO DE RUY FERRAZ FONTES:

  • Onde aconteceu
  • Avenida Dr. Roberto de Almeida Vinhas, bairro Nova Mirim, em Praia Grande (SP)
  • Por volta das 18h de segunda-feira (15)
  • Início da perseguição
  • Carro de Ruy Ferraz Fontes foi seguido por outro veículo com criminosos
  • Durante a fuga, o carro do ex-delegado bateu em um ônibus
  • Veículo ainda foi atingido na traseira e acabou capotando
  • Momento da execução
  • PM aponta que Ruy já havia sido baleado durante a perseguição
  • Três homens desceram do carro usado pelos criminosos; o motorista permaneceu
  • Dois deles se aproximaram do veículo capotado e dispararam com fuzis
  • Mais de 20 tiros foram efetuados, atingindo braços, pernas e abdômen da vítima
  • Em seguida, todos fugiram no mesmo carro
  • Registros e testemunhas
  • Câmeras de segurança flagraram a perseguição
  • Populares gravaram o ataque e o desespero de quem passava
  • Uma mulher na garupa de uma moto se jogou no chão; outro motociclista fugiu às pressas
  • Vítimas e atendimento
  • SAMU foi acionado e constatou a morte de Ruy no local
  • Um homem e uma mulher que caminhavam na via também foram atingidos
  • Feridos levados para a UPA Quietude e depois transferidos ao Hospital Municipal Irmã Dulce
  • Ambos estão fora de risco
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