
Uma das formas de pagamento que ganhou milhões de adeptos no Brasil, o Pix, também começou a chamar atenção de suspeitos que usam a internet para aplicar golpes pela plataforma.
A Polícia Federal prendeu, na madrugada da última sexta-feira (12), oito suspeitos de integrar uma organização criminosa responsável por fraudes cibernéticas contra o sistema financeiro brasileiro. Segundo as investigações, o grupo teria causado prejuízos de pelo menos R$ 1,2 bilhão e já se preparava para realizar um ataque ao sistema da Caixa Econômica Federal. As prisões ocorreram na zona Leste de São Paulo.
De acordo com a PF, os suspeitos foram surpreendidos em um imóvel da capital paulista enquanto tentavam acessar o sistema interno da Caixa por meio de um computador roubado de uma agência localizada no Brás, região central da cidade. Com o equipamento, eles tiveram acesso a dados restritos da instituição e à rede VPN (Rede Privada Virtual), que cria um canal criptografado entre a máquina e os servidores do banco. O plano, segundo os investigadores, era realizar desvios de recursos utilizando o Pix.
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Os presos foram identificados como José Elvis dos Anjos Silva, Fernando Vieira da Silva, Rafael Alves Loia, Marcos Vinícius dos Santos, Klayton Leandro Matos de Paulo, Guilherme Marques Peixoto, Nicollas Gabriel Pytlak e Maicon Douglas de Souza Ribeiro Rocha. Eles têm entre 22 e 46 anos. As defesas dos acusados não foram localizadas pela reportagem até a última atualização desta matéria.
Em audiência de custódia realizada neste sábado (13), a Justiça Federal converteu as prisões em flagrante em prisões preventivas.
As investigações apontam que o grupo já havia participado de outros ataques. Em junho, os suspeitos teriam invadido contas de reserva que bancos mantêm no Banco Central, em um golpe que atingiu o BMP e outras instituições, resultando em prejuízo estimado em R$ 800 milhões. O BMP informou, em nota, que os clientes não foram impactados.
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Outro crime atribuído à quadrilha ocorreu em agosto, quando hackers invadiram a plataforma de tecnologia Sinqia, ligada ao sistema do Pix. Na ocasião, cerca de R$ 400 milhões foram desviados, atingindo operações do HSBC. O banco também afirmou que nenhum cliente sofreu prejuízo direto.
Escutas autorizadas pela Justiça indicam que um dos integrantes presos seria o responsável por viabilizar o ataque à Sinqia, garantindo o acesso necessário para realizar as transações fraudulentas.
A PF informou que as investigações continuam para identificar possíveis cúmplices e apurar se funcionários das próprias instituições financeiras tiveram envolvimento nos crimes.
Caso fique comprovada a participação do grupo nos ataques, os acusados poderão responder por organização criminosa e tentativa de furto qualificado por meio eletrônico.
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