SUS é único? Veja países com sistemas de saúde parecidos

Com acesso gratuito, universal e integral, o Sistema Único de Saúde (SUS) é motivo de orgulho para muitos brasileiros e, frequentemente, surpreende estrangeiros atendidos no país. Além de ser um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo, políticas como o Programa Nacional de Imunizações (PNI) tornaram-se referência internacional.

Mas será que só o Brasil conta com um sistema assim? A resposta é não. Diversos países adotam modelos semelhantes, baseados nos mesmos princípios, embora com diferentes formas de financiamento e gestão. A seguir, veja como funcionam os sistemas públicos de saúde em outras partes do mundo, segundo informações foram obtidas em sites oficiais dos governos.

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Reino Unido – NHS (National Health Service)

Criado em 1948, o NHS é um dos sistemas de saúde pública mais antigos do mundo e serviu de inspiração para o SUS. Com base nos pilares de universalidade, integralidade e gratuidade em grande parte dos serviços, o atendimento é descentralizado e organizado de forma hierárquica.

O primeiro contato é feito por meio de um médico generalista, que avalia o caso, solicita exames, prescreve medicamentos e encaminha para especialistas, quando necessário. Clínicas locais formam uma rede de atenção primária, compartilhando recursos e trabalhando de maneira integrada.

Porém, serviços como odontologia e oftalmologia podem ter custos para o paciente. Em situações de emergência, é possível ir diretamente a um hospital. Já para atendimentos não emergenciais, o número 111 realiza uma triagem e direciona o paciente para a melhor alternativa. O NHS é financiado com recursos do governo arrecadados por meio de impostos.

Canadá – Medicare

O sistema canadense é universal e financiado por impostos. O governo federal estabelece normas gerais e repassa recursos para províncias e territórios, que têm autonomia para definir quem está apto a receber o seguro saúde público e quais serviços serão oferecidos.

Todos os territórios cobrem o atendimento médico essencial, incluindo hospitalizações e alguns procedimentos cirúrgicos e odontológicos. Serviços que não estão incluídos no pacote básico precisam ser pagos, mas há programas específicos que garantem cobertura complementar a idosos, crianças e pessoas em situação de vulnerabilidade.

Essa assistência adicional pode incluir atendimento domiciliar, cuidados com a visão e a saúde bucal, medicamentos prescritos e até transporte em ambulância.

Portugal – SNS (Serviço Nacional de Saúde)

O Serviço Nacional de Saúde português foi criado em 1979 com o objetivo de garantir acesso à saúde de forma universal. Diferente do SUS, o atendimento não é totalmente gratuito, mas há isenções para certos grupos. Gestantes, pessoas com baixa renda e outros grupos específicos podem ter acesso gratuito a determinados serviços por meio de subsídios ou isenções.

O sistema é fortemente baseado no papel do médico de família, que atua desde a prevenção até o tratamento e faz o encaminhamento para especialistas. Para a maioria dos serviços, são cobradas “taxas moderadoras”, cujo valor varia conforme a região e o tipo de atendimento. Essas informações estão disponíveis no site do governo.

Austrália – Medicare

Na Austrália, o sistema público de saúde se chama Medicare e oferece cobertura universal, com serviços gratuitos ou parcialmente pagos, dependendo da renda do cidadão. O financiamento vem de uma taxa que corresponde a cerca de 2% da renda tributável, cobrada anualmente junto com o imposto de renda.

Estão incluídos no sistema serviços como consultas médicas, medicamentos e cuidados com a saúde mental. Quando o médico realiza cobrança em massa (bulk billing), o governo paga diretamente ao profissional. Caso contrário, o paciente arca com o custo e pode solicitar reembolso parcial.

Espanha – Sistema Nacional de Salud

Na Espanha, o sistema é financiado por impostos e gerido de forma descentralizada. Cada comunidade autônoma é responsável pela gestão dos serviços de saúde, seguindo diretrizes nacionais. O fluxo de atendimento é semelhante ao do SUS: o paciente passa primeiro por um médico de família na atenção primária e é encaminhado para especialistas, se necessário. Casos de emergência são atendidos gratuitamente.

A maioria dos serviços é gratuita, mas o acesso a medicamentos pode envolver custos, variando de 10% a 40% do valor de mercado, conforme a situação e a renda do paciente.

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Um modelo que inspira e é inspirado

Embora cada sistema tenha peculiaridades, todos compartilham a mesma base de garantir acesso à saúde como um direito de todos. O SUS, com desafios e conquistas, segue como uma das maiores experiências de saúde pública do mundo e faz parte de uma rede global de países que optaram por colocar o bem-estar coletivo como prioridade.