
Uma rua movimentada da Região Oeste de Belo Horizonte se tornou palco de uma tragédia que chocou a cidade. Entre buzinas e rotina diária, um ato de violência interrompeu a vida de um trabalhador, gerando indignação e mobilização social.
A Polícia Civil de Minas Gerais confirmou que o empresário René da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, é o responsável pela morte do gari Laudemir Fernandes, de 44, crime que completa uma semana nesta segunda-feira (18).
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Em entrevista ao Fantástico, no último domingo (17), o delegado Evandro Radaelli destacou a certeza das investigações: "Não temos nenhuma dúvida. Há indícios contundentes e irrefutáveis desse crime. Ele será indiciado por homicídio duplamente qualificado, pelo motivo fútil, além de porte ilegal de arma de fogo e ameaça contra a motorista do caminhão".
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EMPRESÁRIO SEGUIU ROTINA APÓS MATAR GARI
Segundo apurado, René se irritou por não conseguir passar por uma rua devido a um veículo da Superintendência de Limpeza Urbana que também estava no local para realização de serviços de limpeza. Ele teria ameaçado a motorista do caminhão e, em seguida, disparado contra Laudemir, atingindo-o no abdômen. O gari chegou a ser levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos. Após o episódio, o empresário fugiu, mas foi localizado posteriormente em uma academia.
Novas imagens mostram que ele seguiu a rotina normalmente, inclusive passeando com os cachorros. Exames balísticos confirmaram que a arma usada no crime é a mesma encontrada na residência de René em Nova Lima, pertencente à esposa do empresário, a delegada Ana Paula Balbino. Vídeos divulgados mostram René manuseando a arma na garagem do prédio antes da apreensão. A delegada afirmou que desconhecia o uso da arma pelo marido. A Corregedoria da Polícia Civil investiga se ela terá responsabilidade administrativa no caso.
BLOQUEIO DOS BENS DO CASAL
O advogado da família de Laudemir, Tiago Lenoir, informou que pediu o bloqueio dos bens de René e de sua esposa, como forma de garantir reparação: "Isso é para reparar o mínimo necessário e para garantir que eles não vendam os seus bens, que eles não gastem esses recursos que, no futuro, sim, serão utilizados para reparar os danos causados a todos esses familiares".
A defesa do empresário afirmou que só se manifestará após ter acesso aos documentos da investigação. No domingo, um ato em memória de Laudemir reuniu manifestantes no centro de Belo Horizonte, com flores, cartazes e mensagens pedindo justiça.
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