
A brutal agressão sofrida por uma mulher dentro de um elevador em um condomínio na zona sul de Natal (RN), no último dia 26 de julho, pelo próprio namorado, o ex-jogador de basquete Igor Eduardo Pereira Cabral, 29 anos deixou marcas profundas, físicas e emocionais na vítima.
O ataque, que durou cerca de 35 segundos e foi registrado por câmeras de segurança, resultou em múltiplas fraturas no rosto da vítima, que precisou passar por uma cirurgia complexa, mas ainda assim, corre risco de ter sequelas permanentes.
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A operação ocorreu no Hospital Universitário Onofre Lopes, vinculado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), na última sexta-feira (1º). De acordo com o cirurgião-dentista Kerlison Paulino de Oliveira, que comandou o procedimento, os ferimentos atingiram regiões delicadas como a maçã do rosto, a órbita ocular, o maxilar, a mandíbula e o nariz. A paciente segue internada e sem previsão de alta.
A gravidade das lesões exigiu o uso de placas e parafusos para reconstrução facial. Segundo o médico, o procedimento durou sete horas, quase o dobro do tempo inicialmente estimado, devido à presença de fraturas cominutivas, quando os ossos se fragmentam em pequenos pedaços, dificultando a estabilização.
Embora já consiga falar, a mulher ainda apresenta limitações e deverá manter uma dieta pastosa por um período prolongado. O médico ressalta que não é possível garantir que ela ficará livre de sequelas. "Ela será acompanhada nos próximos meses para avaliação da evolução clínica e necessidade de novos procedimentos", explicou.
O vídeo do ataque mostra o ex-jogador de basquete desferindo uma sequência de socos violentos na vítima, que permanece caída no chão durante boa parte da agressão. Após o ataque, ela consegue sair do elevador cambaleando e com o rosto ensanguentado, enquanto o agressor ajeita o chinelo antes de deixá-la para trás.
Preso desde o dia 26 de julho, Igor alegou à polícia que teve um “surto claustrofóbico” no momento da agressão. Em uma carta divulgada posteriormente, ele pediu perdão e afirmou que agiu sob efeito de substâncias e em estado de instabilidade emocional. “Não desejo justificar ou minimizar os fatos”, escreveu, acrescentando que espera que a vítima “consiga encontrar força para seguir em frente”.
A Polícia Civil concluiu o inquérito e indiciou Igor por tentativa de feminicídio. O documento já foi enviado ao Ministério Público e à Justiça. A corporação destacou a necessidade da manutenção da prisão preventiva, diante da “gravidade dos fatos, da periculosidade do indiciado e da necessidade de proteção à integridade física e psicológica da vítima”.
Igor foi transferido para a Cadeia Pública Dinorá Simas, em Ceará-Mirim. A defesa solicitou cela individual, mas o pedido foi negado. Em relato à Seap (Secretaria da Administração Penitenciária), o agressor afirmou ter sido espancado por policiais penais, que o deixaram nu e algemado, além de terem usado spray de pimenta. A denúncia está sendo apurada.
A vítima relatou que a agressão foi motivada por ciúmes, após Igor ver mensagens dela com um amigo. Segundo ela, o relacionamento de dois anos teve várias idas e vindas e já apresentava episódios de agressividade.
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Ela afirma ter permanecido no elevador justamente por saber que havia câmeras no local: “Ele queria me convencer a sair dali. Quando percebeu que eu não sairia, disse que eu ia morrer e começou a me bater sem parar”.
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