
Embora as histórias da Bíblia sejam amplamente conhecidas, nem todas possuem evidências arqueológicas sobre sua veracidade. Algumas possuem indícios mais fortes, como o selo que foi encontrado no local em que Davi teria matado Golias, ou até sobre o local exato onde deverá ocorrer o Apocalipse. Até mesmo o suposto túmulo secreto de Jesus teria sido identificado em um local bastante inusitado durante uma pesquisa.
Entretanto, uma dessas histórias tem a veracidade tão polêmica quanto a força de sua fama: a Arca de Noé, uma embarcação gigante que teria sido usada pelo devoto para abrigar um casal de cada animal do mundo durante um dilúvio que inundou todo o planeta. Embora uma descoberta na Turquia tenha reforçado o relato bíblico, o conto sobre a arca ainda possui muitas inconsistências.
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Nada que impeça as pessoas de acreditarem, claro, ou mesmo quererm homenagear o ocorrido, como um movimento tem tentado fazer no Brasil. A ideia de erguer uma réplica da Arca de Noé no município de Roca Sales, no Vale do Taquari (RS), está ganhando força. O projeto, liderado pela Associação de Amigos Reconstruindo Roca Sales (AARRS), propõe instalar a construção no alto de um morro, de onde será possível avistar o Cristo Protetor de Encantado, com 43 metros de altura, atualmente a maior estátua de Cristo no país.
Segundo o presidente da associação, Eduardo Alves Salgado, de 52 anos, a proposta visa criar uma conexão espiritual e geográfica entre dois pontos de fé regionais. A cidade sofreu devastadoras enchentes nos anos recentes, e a arca simbolizaria renascimento, esperança e reconstrução para a comunidade afetada.
O projeto, ainda em fase inicial, planeja uma edificação de dimensões próximas às mencionadas na narrativa bíblica – cerca de 150 metros de comprimento, 23 metros de largura e 30 metros de altura. A construção será composta por concreto revestido externamente por porcelanato que imita madeira, com acabamento interno em madeira natural. Estima-se conclusão em quatro a cinco anos, com financiamento totalmente privado.
Um terreno de aproximadamente oito hectares no bairro Pôr do Sol foi identificado como local ideal, com vista voltada ao Rio Taquari e ao Cristo de Encantado. No entanto, a localização exata ainda será discutida com a população local em audiência pública.
Além da estrutura simbólica, a arca deve abrigar um museu dedicado às memórias das enchentes, uma cafeteria, restaurante, auditório multiuso e até uma vinícola — iniciativas voltadas tanto ao turismo quanto a eventos culturais e religiosos. O município atualmente não possui auditório público, o que reforça a relevância do investimento para a comunidade.
O nome “Arca de Noé” já foi registrado como rota turística e religiosa com custo de R$ 7 mil, por meio de agência especializada em proteção de marcas. Para os idealizadores, o projeto combina religiosidade, reconstrução emocional e impacto econômico para Roca Sales.
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