
Com a chegada dos meses mais frios em grande parte do país, a preocupação com doenças respiratórias se intensifica. E, em 2025, essa atenção tem sido ainda mais necessária: um novo relatório da Fiocruz evidencia um crescimento expressivo de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), especialmente causados pela influenza A, com impacto severo em idosos e crianças pequenas. A situação tem se agravado em diversas regiões brasileiras, exigindo resposta rápida das autoridades e da população.
Segundo o mais recente boletim InfoGripe, divulgado na última quinta-feira (29), o número de internações por SRAG vem crescendo de forma consistente em todo o território nacional. A análise é referente à Semana Epidemiológica 21, que abrange o período entre 18 de abril e 25 de maio. O estudo aponta que a influenza A está diretamente relacionada ao aumento de mortalidade entre idosos e crianças de até dois anos. Embora a incidência da doença seja mais elevada nas faixas etárias mais jovens e na população idosa, os impactos mais letais se concentram nos extremos da vida.
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A pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Científica da Fiocruz, destaca a importância da imunização, principalmente nos públicos mais vulneráveis. “A vacina ainda leva por volta de uns 15 dias para fazer efeitos, então quanto antes esse grupo tomar a vacina, melhor”, orienta.
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O boletim também revela um comportamento distinto dos vírus respiratórios em circulação. Enquanto o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), mais comum em crianças pequenas, começa a apresentar sinais de estabilização ou até de queda em locais como São Paulo, Distrito Federal e Rio Grande do Norte, a influenza A continua em patamar elevado em estados como Pará e Mato Grosso do Sul — ainda que com possível interrupção no crescimento.
FAIXA ETÁRIA X AGENTE VIRAL
Nas quatro semanas mais recentes analisadas, o VSR liderou a prevalência entre os casos de SRAG com 50,7%, seguido da influenza A (36,5%). Outros vírus como rinovírus (14,7%), Sars-CoV-2 (2,1%) e influenza B (0,9%) tiveram participação mais modesta. No entanto, quando se analisam os óbitos confirmados no mesmo período, a influenza A aparece de forma ainda mais preocupante: esteve presente em 72,5% dos casos fatais.
A faixa etária mais afetada varia conforme o agente viral. Em crianças de até quatro anos, o crescimento dos casos de SRAG é impulsionado principalmente pelo VSR, mas a influenza A e o rinovírus também têm papel importante. Já entre adolescentes, adultos e idosos, o protagonismo do agravamento da SRAG recai principalmente sobre a influenza A.
SITUAÇÃO ALARMANTE
Em termos geográficos, a situação é igualmente alarmante. Das 27 unidades federativas, 22 estão em situação de alerta ou alto risco para SRAG, com tendência de crescimento a longo prazo. Capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Porto Alegre, Belo Horizonte e Salvador também apresentam esse cenário preocupante.
No acumulado de 2025, já foram registrados 75.257 casos de SRAG no país. Desse total, 48,7% tiveram resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório. A influenza A aparece em 20,7% dos testes confirmados, atrás apenas do VSR (44,9%) e à frente do rinovírus (23,4%) e da Covid-19 (12,2%).
NECESSIDADE DE AÇÕES URGENTES
A Fiocruz alerta que os dados das últimas semanas ainda podem sofrer alterações, devido ao tempo de processamento dos exames e atualização dos sistemas de notificação. Mesmo assim, o panorama já evidencia a necessidade de ações urgentes para conter o avanço das doenças respiratórias no país - sendo a vacinação um dos principais instrumentos de prevenção e controle.
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