Apesar de comum, o bruxismo é uma condição que, muitas vezes, passa despercebida pelas pessoas que a vivenciam. Caracterizado pelo ato involuntário de ranger os dentes ou apertamento da mandíbula, pode ocorrer tanto no sono quanto durante o dia, e é frequentemente associado ao estresse e ansiedade. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 2022, cerca de 30% da população mundial é acometida por bruxismo. No Brasil, esse número é ainda maior, chegando a 40%.
Crianças e adolescentes também podem ser afetados, especialmente em situações de estresse ou até mesmo por dificuldades respiratórias. De forma geral, as vítimas desse distúrbio que, se não tratado, pode trazer uma série de complicações, podem sofrer desde dores musculares até desgaste dental.
De acordo com a fisioterapeuta Maiana Pinheiro, que atua há 13 anos no tratamento de Disfunção Temporomandibular (DTM) e dor orofacial, os sinais de bruxismo podem ser sutis e vão além de ranger os dentes. “A gente tem o hábito de achar que é só ranger os dentes, mas é preciso entender que o conceito vai além disso. O bruxismo pode envolver o apertamento dentário, o desvio da mandíbula para um lado, e até o hábito de morder um canto da boca”, explica.
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“O alerta inclui os músculos esqueléticos, onde a pessoa pode ter dor de cabeça, na face, pescoço e ombros, além de episódios de desgastes dentários e sensibilidade dental, por vezes promovido por fratura”, acrescenta.
A especialista ressalta que, no caso de quando a pessoa está acordada, conhecido como bruxismo de vigília, o estresse e a ansiedade são grandes vilões para o desenvolvimento da condição, tanto em adultos quanto em crianças. Nos pequenos, além das questões emocionais, problemas respiratórios como obstrução das vias aéreas, também podem ser gatilhos. Já para o que ocorre quando se está dormindo, o chamado bruxismo do sono, as reações são, em sua maioria, continuidade das causas que ocorrem durante o dia.
Um dos grandes desafios do diagnóstico do bruxismo, segundo a fisioterapeuta, é o fato de muitas pessoas não perceberem que possuem esse comportamento. “É extremamente comum o paciente não se dar conta. Muitas vezes, ele só percebe quando o quadro já está mais evoluído”.
Pinheiro destaca que a fisioterapia tem um papel fundamental no tratamento, especialmente na abordagem musculoesqueléticas – que são controlados pelo sistema nervoso e trabalham em conjunto com os ossos e articulações para permitir a locomoção e outras ações –.
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A fisioterapia ajuda a trabalhar os músculos sobrecarregados, promovendo o relaxamento e a consciência corporal. “Trabalhamos técnicas de terapia manual, associadas a tecnologias como o biofeedback, que faz uma leitura da atividade muscular e permite retreinar o paciente e gamificar a percepção do corpo dele”, afirma.
“Se ele começa a apertar os dentes enquanto está com o aparelho, por exemplo, o dispositivo emite um som que o alerta sobre o comportamento. Isso ajuda na reeducação postural e na percepção muscular”, detalha.
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