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Caso Djidja: entenda riscos do abuso da cetamina

Investigação apura uso abusivo de cetamina ligado a seita em caso de morte de Djidja Cardoso. Substância pode causar dependência e é controlada pela Anvisa.

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Imagem ilustrativa da notícia Caso Djidja: entenda riscos do abuso da cetamina camera Cetamina é vendida apenas para hospitais e pode causar dependência | (Foto: Divulgação

O uso abusivo da cetamina está no centro da investigação que resultou na prisão de familiares de Djidja Cardoso, empresária que atuou entre 2016 e 2020 como a personagem sinhazinha do Boi Garantido no Festival Folclórico de Parintins e foi encontrada morta na terça-feira (28).

A Polícia Civil do Amazonas prendeu quatro pessoas suspeitas de participarem de uma seita religiosa que seria responsável por distribuir e incentivar o uso da droga.

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A investigação começou há cerca de 40 dias e apura a existência de uma seita associada a suspeitas de casos de estupro e cárcere privado. Os líderes do grupo, diz a polícia, persuadiam seguidores a acreditar que, ao usarem compulsivamente a cetamina, poderiam alcançar um plano superior. A causa da morte de Djidja está sendo investigada, mas a polícia suspeita que ela tenha sido provocada por uma overdose de cetamina. A investigação está sendo feita pelo Instituto Médico Legal.

Durante a operação policial realizada na tarde desta quinta (30), foram apreendidas centenas de seringas, produtos para acesso venoso, agulhas e cetamina. Também foram realizadas buscas em uma clínica veterinária suspeita de fornecer o fármaco de forma ilegal.

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A cetamina (também chamada de ketamina ou quetamina) é um fármaco anestésico dissociativo, com potencial de sedação e propriedades psicodélicas que podem causar relaxamento e sensação de bem-estar. A substância foi sintetizada em 1962 pelo químico Calvin Lee Stevens, professor da Wayne State University, nos Estados Unidos. Anos depois, foi testada em ensaio clínico e passou a ser utilizada como anestésico. A partir dos anos 1970, a substância passou a ser usada de forma ilícita como droga recreativa. No Brasil, é conhecida entre os usuários pelos nomes Keta, Keyla ou Key. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) classifica a cetamina como uma substância sujeita a controle especial.

O uso mais comum da cetamina é o sedativo. A substância é utilizada como anestésico para humanos e para animais. No caso dos humanos, o uso mais comum é o da escetamina, que é uma das variedades da molécula de cetamina.

O fármaco possui uso restrito e não pode ser comercializado para uso individual. A substância é vendida apenas para clínicas e hospitais, pois deve ser usada com acompanhamento médico e seguindo rigorosos protocolos.

No Brasil, contudo, a escetamina é pouco utilizada como anestésico por causa dos seus efeitos dissociativos. Em animais, o uso mais comum é o da cetamina, que também é utilizada como anestésico. A substância para uso veterinário não necessariamente é mais forte do que a adotada para uso humano.

A cetamina apreendida pela polícia do Amazonas em posse de familiares de Djidja Cardoso era de uso veterinário e havia sido adquirida de forma ilegal por uma clínica veterinária de Manaus. Além do uso como anestésico, a cetamina também tem sido utilizada para tratamentos de casos graves de depressão, incluindo aqueles nos quais os pacientes têm desejos suicidas.

“A principal indicação é para você resgatar alguém de uma depressão profunda e ou com desejos suicidas. Existem pacientes refratários a qualquer tratamento, aos remédios tradicionais, que respondem à cetamina”, explica Luís Fernando Tófoli, professor de psiquiatria da Unicamp.

Em 2020, Anvisa aprovou um medicamento em forma de spray nasal para tratar pacientes com depressões, comercializado apenas para instituições de saúde. Com o nome Spravato, o remédio foi desenvolvido com patrocínio da empresa Janssen e as pesquisas tiveram participação da Universidade Federal da Bahia.

A cetamina é uma substância capaz de induzir dependência, sobretudo em casos de uso intensivo e crônico. “Na imensa maioria das vezes, as pessoas que desenvolvem dependência são as que tiveram contato com a cetamina pelo uso recreativo”, pondera Luís Fernando Tófoli. A droga também pode causar tolerância nas pessoas que fazem uso frequente, exigindo doses cada vez mais altas para atingir os efeitos desejados.

Outros riscos

O uso prolongado da cetamina pode resultar em déficit de cognição. De forma mais frequente, causa alterações no trato urinário, causando dores abdominais e, em casos graves de uso intensivo, a perda da função dos rins. Também pode resultar em problemas no fígado e na vesícula biliar.

A substância também aumenta a pressão sanguínea, sendo o seu uso arriscado para quem possui problemas cardíacos. Seu uso associado a outras drogas como a cocaína pode potencializar esse risco.

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