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DELÍRIOS DA FÉ

Caso Djidja: seita tinha drogas, violência e abuso sexual

Segundo Polícia Civil amazonense, seita prometia construir uma nova consciência, mas tudo pelo efeito de drogas

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Imagem ilustrativa da notícia Caso Djidja: seita tinha drogas, violência e abuso sexual camera União em família e na seita de rituais a base de droga, abuso sexual e violência | Reprodução

O poder de influência de grupos religiosos na vida das pessoas é um fenômeno complexo e multifacetado. Para muitos, a religião serve como uma bússola moral, fornecendo orientação sobre o que é certo e errado, dando significado e propósito à vida. Para outros, influencia em atos que colocam em cheque questões morais em nome de uma suposta religiosidade.

A morte da ex-sinhazinha do Boi Garantido Djidja Cardosos, em Manaus (AM), é um exemplo de como uma professa religiosidade exerce esse poder. O motivo se explica pelo fato que, segundo a Polícia Civil do Amazonas (PCAM), o caso estava relacionado com a seita liderada pela mãe e irmão da vítima, Cleusimar e Ademar Cardoso.

Ainda de acordo com a PCAM, a seita se chama "Pai, Mãe, Vida", criada e operada pela família há cerca de dois anos, que se baseava no livro "Cartas de Cristo – A consciência crítica manifestada".

A publicação fazia alusão a possibilidade de trazer iluminação ao mundo e capacitar a humanidade para construir uma nova consciência nos próximos 2000 anos. No entanto, o que acontecia, de fato, nos rituais era uma série de abusos, incluindo o uso de drogas e violência sexual.

Os rituais envolviam o uso de ketamina, uma droga sintética veterinária com efeitos alucinógenos, e eram realizados na casa da família Cardoso em Manaus, onde Ademar representava Jesus, Cleusimar a virgem Maria e Djidja como Maria Madalena. Os participantes eram forçados a consumir a droga e a se despir, ficando vulneráveis a abusos físicos e sexuais.

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Nesses atos, a PCAM afirmou que pelo menos duas vítimas foram mantidas cárcere privado e sendo estuprados por membros do grupo e até registro de aborto, com a afirmação da polícia do registro de uma mulher ter perdido o bebê que esperava. Além disso, ainda está sendo investigado a possibilidade do uso de animais domésticos nos rituais.

Funcionários dos salões de beleza da família e amigos próximos foram induzidos a participar da seita, enquanto três colaboradoras, identificadas como Verônica da Costa Seixas, 30, Claudiele Santos da Silva, 33, e o paraense Marlisson Vasconcelos Dantas, foram presas sob suspeita de aliciamento.

Início das investigações

As investigações sobre o caso iniciaram após denúncia feita pelo pai de uma ex-namorada de Ademar, que teria resgatado a jovem dopada e com marcas de violência.

Os envolvidos que foram presos alegam inocência, como o maquiador paraense, Marlisson Dantas, que segundo a defesa está disposto a esclarecer os fatos para a Justiça.

Já o advogado da funcionária Claudiele Santos da Silva disse que não há provas contundentes da participação dela, assim como o advogado da funcionária Verônica da Costa Seixas, que afirmou que ainda não tomou conhecimento do inquérito policial.

A defesa de Cleusimar Cardoso e Ademar Cardoso admitiu que eles são "extremamente dependentes químicos", mas preferiu não se pronunciar sobre o inquérito.

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