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Caribe, Free Fire e mais cacau: novidades nesta Páscoa

115 novos produtos foram colocados no mercado

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Imagem ilustrativa da notícia Caribe, Free Fire e mais cacau: novidades nesta Páscoa camera O polêmico Caribe ganhou versão ovo de chocolate | Reprodução

As expectativas da indústria e do varejo estão positivas para as vendas de Páscoa neste ano. A menor pressão dos juros sobre o crédito, o desemprego menor e a inflação sob controle deram mais segurança a quem produz e a quem vende.

A Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas) calcula que a produção de ovos para a data em 2024 tenha sido 17% maior do que a do ano passado. A Apas (Associação Paulista de Supermercados) prevê que as vendas sejam 4,5% maiores.

Para puxar o crescimento, as fabricantes seguem o roteiro de outros anos, com lançamentos, brindes e ações especiais. Segundo a associação das indústrias, 115 novos produtos foram colocados no mercado. Ao todo, 58 milhões de ovos de chocolate foram colocados à venda.

O Caribe, bombom de banana conhecido por dividir opiniões --uns adoram, outros detestam--, virou ovo de Páscoa. Ao todo, Nestlé e Garoto colocaram 21 produtos nas lojas. Além do ovo do bombom de embalagem amarela, são novos os produtos Negresco, Talento Meio Amargo e Passatempo.

A campanha de Páscoa em 2024 começou mais cedo e antes mesmo do Carnaval as parreiras de ovos começavam a ser montadas em grandes redes pelo Brasil. A antecipação buscou atender o curto espaço até a data religiosa, que neste ano cai no último dia dia março.

"É um lugar que as pessoas vão com muita frequência. Mesmo que você não compre o ovo, você olha os preços, e se frequenta mais de um mercado, já compara os preços", diz Felipe Queiroz, economista-chefe da Apas.

Na Nestlé, essa antecipação apareceu em produtos temáticos que não são ovos, as embalagens de trufas de Alpino em diversas variações, de KitKat e o coelho de chocolate desse último.

A Lacta lançou barras e caixas com com mensagens como "te adoro" e "felicidades", dentro de uma estratégia de ter a opção de presente mais acessível a mão, além do tradicional ovo.

"Pelo menos 1/3 dos brasileiros receberam presentes na Páscoa do ano passado. Nossos consumidores, cada vez mais, estão mixando ovos e produtos da linha regular", diz Fabíola Menezes, diretora de marketing de chocolates da Mondelez, dona da Lacta.

No portfólio da companhia, a estrela deve ser o sonho de valsa, tanto o bombom quanto os ovos, vendidos em dois tamanhos (277 gramas e 357 gramas). A Lacta prevê vender de 5% a 10% mais até o fim da campanha deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado.

A companhia também investiu em parcerias com redes varejistas -envelopou uma unidade do Oxxo em Campinas, criou uma "loja dentro da loja" no Assaí da rodovia Anhanguera e e criou uma ação de vendas online com o grupo Muffato, do Paraná.

A Ferrero Rocher incluiu na cesta para a data uma versão de seu ovo em uma caixa dourada, acenando ao apelo de itens presenteáveis.

Na Cepam, tradicional fabricante de bolos e biscoitos de São Paulo que pediu recuperação judicial em janeiro, a estrela da Páscoa deste anos são ovos com creme de pistache -no Natal, o panetone feito com a castanha foi sucesso de vendas- e o bombom de cereja (o hit absoluto da casa).

João Diogo, presidente da Cepam, diz que tradicionalmente 80% das vendas do período são efetuadas nos dias que antecedem a data religiosa. Para ele, o ritmo de consumo ainda não está ideal, mas será melhor do que em 2023.

Um indicativo desse crescimento foi o volume de pedidos fechados com empresas interessadas em presentear clientes e funcionários. Somente em bolos pascais, 400 mil unidades já foram produzidas.

"Só pedimos recuperação judicial para nos protegermos dos bancos. A empresa continua, temos 530 funcionários, temos um lojão de 1 mil metros quadrados funcionando e mais a padaria", afirma Diogo, sobre possíveis preocupações com a continuidade da loja.

O otimismo da indústria neste ano vem apoiado no resultado do setor de chocolates em 2023, quando o consumo no segmento subiu 6%.

As fabricantes têm percebido um aumento no consumo de indulgência a partir da pandemia. As oscilações econômicas também exigiram mais diversificação e assim há ovo, bombom e barra para todo paladar e bolso.

Jaime Recena, presidente-executivo da Abicab, diz que a indústria tem investido em receitas incorporando frutos brasileiros, em novas embalagens e temáticas e opções com maior teor de cacau (ainda que, na média, o brasileiro goste mais do chocolate ao leite, que tem mais açúcar).

"Esse é o predominante do paladar brasileiro, você tem uma crescente com opções de chocolates mais intensos", afirma.

A Arcor, além da tradicional Tortuguita (que será vendida com brinquedos como distorcedor de voz e headphone), terá dois lançamentos, ovos feitos com a linha premium colocada no mercado em 2023, cuja receita tem mais cacau. Os dois - Arcor Special e Inspiration 70% Cacau- integram uma nova estratégia de posicionamento da empresa.

A marca espera crescer 10%, diz Anderson Freire, diretor de marketing, pesquisa e desenvolvimento da Arcor. A Páscoa representa 20% dos negócios em chocolates da companhia, que investe alto em licenciados, como os personagens Masha e o Urso e referências ao jogos Authentic Games e Free Fire -esse último virá com canecas inspiradas nas patentes do jogo.

Ovo do game Free Fire
📷 Ovo do game Free Fire |Reprodução/Twitter

AUMENTO DE PREÇOS

Os preços de barras e bombons acumulam alta de 3,63% no último ano, segundo projeção da XP com base no IPCA (inflação oficial). Apesar da alta, o aumento é menor do que o registrado um ano antes.

Na avaliação do economista da XP Alexandre Maluf, os preços mais altos respondem ao aquecimento da demanda e à elevação da cotação do cacau, que atingiu níveis recordes no últimos dias, mas que já vinha crescendo desde o ano passado.

Entre os itens típicos de Páscoa, Maluf destaca que a inflação de pescados (2,68%) e bacalhau (0,46%) está abaixo da variação do grupo alimentação no domicílio (2,45%), enquanto o azeite, cuja produção caiu devido a questões climáticas, está 40,07% mais caro do que há um ano.

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