Novo valor do mínimo alivia bolso, mas está longe do ideal

Neste ano, o salário mínimo experimentou um aumento de 4,57% e chegou a R$ 1.412. Esse valor representa um acréscimo de R$ 92 em relação a 2023, que era de R$ 1.320. Apesar desse incremento, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos no Pará (Dieese/PA) destaca que o novo valor ainda tem um poder de compra limitado, principalmente por causa dos sucessivos aumentos nos preços de bens, produtos e serviços.

De todo modo, conforme apontado pelo Dieese/PA, a elevação do salário mínimo é percebida de forma positiva pelos trabalhadores paraenses, uma vez que 52% do contingente total de empregados no Pará, cerca de 1,9 milhão de pessoas, têm nessa remuneração a principal fonte para sua subsistência. Atualmente, o número total de trabalhadores formais no Estado gira em torno de 3,7 milhões.

Para compreender de maneira mais abrangente como o recente valor do salário mínimo impacta de maneira restrita nas diversas necessidades dos trabalhadores assalariados, o Departamento elencou algumas opções de compras de produtos com o montante de R$ 92, considerando o perfil do paraense que direciona boa parte de seu salário para alimentação e transporte.

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ITENS

O primeiro item mencionado é a carne bovina, cuja quantidade adquirida seria de aproximadamente 2,5 quilos, com preço médio de R$ 36,51 por quilo. Ou ainda 3,6 quilos de dourada, tomando como base o valor médio de R$ 24,88 por quilo; ou cerca de 10,5 quilos de frango congelado, vendido a R$ 8,76 por quilo; ou 4,5 litros de açaí, com preço de R$ 19,82 por litro tipo médio; ou 9 quilos de farinha de mandioca, com valor médio de R$ 10,39 por quilo.

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A lista prossegue com a banana, possibilitando a aquisição de dez dúzias da fruta ao custo de R$ 9,12. Ou ainda 23 passagens de ônibus na cidade, considerando a tarifa atual de R$ 4 por viagem. A quantia também equivaleria a aproximadamente 11 xícaras de café expresso, com preço médio de R$ 8, praticado em cafeterias, padarias e shoppings de Belém.

Com isso, Dieese/PA conclui que, embora o novo mínimo possa trazer algum alívio para a vida do trabalhador, não é suficiente para atender plenamente aos preceitos constitucionais, que incluem direitos como habitação, vestuário, transporte, educação, alimentação, lazer, entre outros.