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SAÚDE

Brasil tem uma morte por hipertensão a cada 2 minutos

Mal silencioso que pode desencadear outros problemas, como infartos e AVCs, a pressão alta exige tratamento e acompanhamento adequados, mas muitos negligenciam por desinformação ou falta de cuidados médicos

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Imagem ilustrativa da notícia Brasil tem uma morte por hipertensão a cada 2 minutos camera Número de adultos com diagnóstico de pressão alta aumentou no Brasil nos últimos 15 anos, segundo relatório do Ministério da saúde | ( Divulgação )

Doença silenciosa, a hipertensão arterial mata 300 mil brasileiros anualmente, sendo uma média de 820 mortes por dia, 30 por hora ou uma a cada 2 minutos, segundo dados do Ministério da Saúde. A doença afeta 32% da população adulta brasileira, ou o equivalente a 36 milhões de indivíduos. Somente 50% sabem que são hipertensos e apenas metade realiza tratamento. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que quase metade dos pacientes desconhece sofrer da condição potencialmente letal. Sem tratamento adequado, o problema pode, entre outras coisas, levar a acidente vascular cerebral (AVC), infarto, insuficiência cardíaca e doença renal crônica.

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Recente relatório do Ministério da Saúde mostra que o Pará está entre as unidades federativas com menores prevalências de diagnóstico médico de hipertensão arterial, com 15,3%, seguido por Roraima (15,7%) e Amazonas (16%).

Segundo os dados mais recentes da Pesquisa Nacional de Saúde, realizada em 2019, os Estados com maiores prevalências de diagnóstico médico de hipertensão arterial são: Rio de Janeiro (28,1%), Minas Gerais (27,7%) e Rio Grande do Sul (26,6%).

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O indicador se refere à população brasileira com mais de 18 anos que referiu ter diagnóstico médico de hipertensão arterial, exceto mulheres que tiveram diagnóstico durante a gravidez. Os dados da PNS, podem ser acessados no painel de indicadores da Pesquisa Nacional de Saúde.

O primeiro relatório sobre o impacto da hipertensão arterial produzido pela OMS revela que mais de três quartos dos adultos hipertensos vivem em países de renda média e baixa. Divulgado na abertura da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), o documento mostra que, no Brasil, há mais pacientes que a

média global, que varia entre 30% e 40%.

A hipertensão, ou pressão alta, é uma condição de saúde que afeta um em cada três adultos em todo o mundo. Ela é conhecida como o “assassino silencioso” porque, frequentemente, não apresenta sintomas claros, mas pode causar danos graves ao corpo humano. A ampliação na cobertura de tratamento poderia evitar até 76 milhões de mortes entre 2023 e 2050.

A prevenção, a detecção precoce e o tratamento eficaz da hipertensão estão entre as intervenções mais econômicas na área de saúde e devem ser uma prioridade em todos os países como parte de seu pacote nacional de benefícios de saúde fornecido no nível da atenção primária. Entre as complicações da doença destacam-se o Acidente Vascular Cerebral (AVC), ataque cardíaco, insuficiência cardíaca, danos renais e uma série de outros problemas de saúde.

O relatório da OMS destaca que, apesar de fatores como genética e envelhecimento aumentarem o risco de hipertensão, há também fatores modificáveis, como uma dieta rica em sódio, falta de atividade física e consumo excessivo de álcool, que contribuem para o problema.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, observa que, embora a hipertensão possa ser controlada com tratamentos simples e de baixo custo, apenas uma em cada cinco pessoas com hipertensão a mantém sob controle.

“Os programas de controle da hipertensão continuam sendo negligenciados, pouco priorizados e amplamente subfinanciados”, enfatiza Tedros Adhanom destacando a necessidade de fortalecimento dessas iniciativas.

De 1990 a 2019, o número de pessoas com hipertensão no mundo (com pressão arterial de 140/90 mmHg ou mais alta, ou que fazem uso de medicamentos para controlar a pressão) dobrou, passando de 650 milhões para 1,3 bilhão.

AOrganização Mundial da Saúde destaca que o Brasil não tem uma meta nacional de controle da hipertensão, mas reconhece os esforços do país no combate ao consumo excessivo de sal e na produção de estatísticas sobre o problema. No país, o principal fator de risco é o sedentarismo, com 47% da população acima dos 18 anos inativa, seguido por obesidade, que afeta 22% na mesma faixa etária. “A idade avançada e a genética podem aumentar o risco de hipertensão, mas fatores de risco modificáveis, como uma dieta rica em sal, não ser fisicamente ativo e beber muito álcool, também podem aumentar o risco”, destaca o relatório.

VIGITEL

Um relatório divulgado no ano passado pelo Ministério da Saúde mostra que o número de adultos com diagnóstico médico de hipertensão aumentou 3,7% em 15 anos no Brasil. Os índices saíram de 22,6% em 2006 a 26,3% em 2021. O relatório mostra ainda um aumento na prevalência do indicador entre os homens, variando 5,9% para mais.

Os dados foram levantados pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) da pasta que levou em conta a evolução temporal dos indicadores das últimas 16 edições do principal inquérito de saúde do Brasil, o Vigitel, Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito

Telefônico.

Adicionalmente, foi observada uma queda nos registros em determinadas faixas etárias sendo a maior redução observada entre adultos de 45 a 64 anos, variando de 32,3% em 2006 a 30,9% em 2021 para aqueles entre 45 e 54 anos; e variando entre 49,7% em 2006 e 49,4% em 2021 para aqueles entre 55 e 64 anos.

CUIDADOS PRIMÁRIOS

O documento da OMS destaca que “a prevenção, a detecção precoce e a gestão eficaz da hipertensão estão entre as intervenções com melhor relação custo-eficácia nos cuidados de saúde e devem ser priorizadas ao nível dos cuidados primários”. De acordo com o organismo da ONU, os benefícios econômicos dos melhores programas nacionais de tratamento da condição superam os custos em cerca de 18 vezes.

Um aumento no número de pacientes efetivamente tratados, diz o relatório, poderia prevenir 76 milhões de mortes, 120 milhões de AVCs, 79 milhões de ataques cardíacos e 17 milhões de casos de insuficiência cardíaca entre agora e 2050.

“A hipertensão pode ser controlada eficazmente com regimes de medicação simples e de baixo custo. No entanto, apenas uma em cada cinco pessoas com hipertensão a tem sob controle”, disse o diretor-geral da OMS.

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