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BLOQUEIO NAS ESTRADAS

Supermercados podem sofrer desabastecimento em três dias

Levantamento da Associação Brasileira de Supermercados indica que regiões mais afetadas por bloqueios de bolsonaristas poderão ter problemas com falta de produtos até sexta-feira (4).

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Imagem ilustrativa da notícia Supermercados podem sofrer desabastecimento em três dias camera Bloqueio em rodovias por bolsonaristas pode provocar falta de produtos e alimentos em supermercados do país | Artur Vergennes/Band e Reprodução/T5

Mais de 70% dos supermercados nas regiões mais afetadas pelos bloqueios nas rodovias enfrentam problemas de abastecimento, e até esta sexta-feira (4), consumidores de todo o país podem ter dificuldade para comprar frutas, verduras e legumes. É o que indica um levantamento da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), divulgado em coletiva de imprensa na tarde desta terça (1º).

De acordo com Marcio Mila, vice-presidente da associação, mesmo que o fluxo de veículos esteja praticamente normalizado, os bloqueios feitos por golpistas em mais de 300 estradas brasileiras vai refletir em desabastecimento dentro de três dias.

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"Para quem se abastece no Ceasa, os produtos não estão chegando, e o reflexo está sendo imediato", afirma Mila.

Carnes, laticínios e produtos de padaria também estão entre os que mais sofrem com os bloqueios, porque estragam no caminho.

A Abras esboçou maior preocupação com São Paulo em "situação delicada" com os atos golpistas. "Ainda há bloqueios na Castelo e na Régis, o que nos preocupa", diz Mila.

"Nos preocupa também porque os movimentos de consumidores se intensificaram nos supermercados na tarde de hoje", afirma o representante da Abras. A ação pode acelerar o desabastecimento.

Mais cedo, em nota, a instituição afirmou que seu presidente, João Galassi, pediu pessoalmente ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), ajuda para desbloquear as estradas pelo país.

Durante a manhã desta terça, a Apas (Associação Paulista de Supermercados) afirmou que orientou seus 4.500 supermercados associados a antecipar a logística em relação às suas lojas e centros de distribuição, tendo em vista os atos antidemocráticos observados nas estradas brasileiras, que contestam a derrota do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições deste ano.

Questionados pela reportagem, os dois maiores grupos do varejo alimentar do país, Carrefour e Pão de Açúcar (GPA), afirmam que até agora os problemas são pontuais.

Outras regiões onde a associação identificou maiores problemas de abastecimento nos supermercados são Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Pará, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Distrito Federal.

A Asserj (Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro) diz que a situação dos estoques nos supermercados do estado do Rio de Janeiro é "regular".

"As redes com maior capacidade de estocagem e logística vão normalizar a cadeia em torno de três dias. Mas, para as lojas menores, vai demorar um pouco mais", afirma.

Apesar dos transtornos, a Abras descarta aumento de preços nos produtos. "[Os itens] já foram negociados e estão a caminho", diz Milan.

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