Praticamente todos os dias surge um novo meio, para que criminosos possam conseguir obter vantagens sobre algo ou alguém. E com os mais variados tipos de golpes, a população está cada vez mais receosa. Uma nova modalidade de golpe nos aplicativos Uber e 99, por exemplo, está deixando os usuários assustados.
Em São Paulo (SP), algumas ocorrências estão sendo registradas sobre o “golpe do cheiro”. Passageiras afirmam ter passado por momentos aterrorizantes ao perceberem que estavam sendo vítimas de uma tentativa de intoxicação.
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São dezenas de relatos nas redes sociais e denúncias de que motoristas estariam tentando intoxicar passageiras. Segundo as vítimas, o padrão é bastante parecido: vidros da parte traseira dos carros fechados e, após um tempo de corrida, um odor invade o ambiente.
"Eu estava de máscara, mas, mesmo assim, passei a sentir um cheiro bem forte, como se fosse um solvente. Logo, começou uma dormência no meu rosto, que rapidamente passou para as pernas", relata a musicista Irina Bertolucci, que também passou pelo golpe.
De acordo com a delegada Jamila Jorge Ferrari, coordenadora das Delegacias de Defesa à Mulher do estado de São Paulo, de março a junho deste ano, foram mais de 60 boletins.
Até o momento, nenhum exame deu positivo para "substâncias entorpecentes". Mas as investigações deveriam tratar um assunto tão delicado e que envolve uma relação de poder, no caso entre motorista e passageira, de uma forma tão protocolar? Para Beatriz Brambilla, doutora em psicologia social, docente e supervisora de estágios do curso de psicologia da PUC-SP, o caso não está sendo tratado com a seriedade e as nuances que merece.
O que as empresas dizem a respeito
A Uber se diz preocupada e recentemente até criou uma mesa de discussão só para debater o assunto no 16º Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O painel "Golpe do gás na Uber: o aumento da sensação de insegurança a partir da desinformação", tinha o intuito de tentar tranquilizar a sociedade e reforçar que nada está acontecendo e nada foi provado.
Já a empresa 99, em nota, informou que ao receber os relatos realiza a apuração junto aos times internos "para garantir a segurança das usuárias da plataforma e colaborar com o poder público, se necessário". A empresa, assim como a Uber, reforça que é imprescindível que as eventuais vítimas reportem o ocorrido nas centrais de ajuda dos apps.
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