Um vídeo que circula nas redes sociais mostra um homem de arma em punho perseguindo garotas de programa na madrugada de sexta-feira (13) em Belo Horizonte. As imagens foram feitas na avenida Afonso Pena, uma das principais da cidade e que liga o centro à zona sul da capital.
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Um funcionário de empresa localizada na avenida afirmou à reportagem que o perseguidor chegou a disparar pelo menos uma vez a arma em direção às trabalhadoras. O local onde as imagens foram feitas é um movimentado ponto de prostituição na capital. Há pelo menos três bares na área que funcionam até a madrugada, com muitos frequentadores.
A Polícia Militar de Minas Gerais informou não ter localizado no sistema ocorrência de tentativa de homicídio ou lesão corporal na região na madrugada sexta. Não há informações sobre o que teria motivado a perseguição.
O vídeo da perseguição foi publicado pela artista Juhlia Santos. Nesta segunda (16), ela afirmou estar sendo atacada pelas redes sociais por ter divulgado as imagens, que não foram gravadas por ela.
A artista comentou ser esta a realidade cotidiana das trabalhadoras sexuais na capital mineira. "Até quando não vamos falar sobre essa realidade? Até quando vamos fingir que não fazem parte da sociedade? A marginalização de pessoas travestis, transexuais e mulheres cisgêneras que estão no trabalho sexual é o que leva à morte/extermínio", comentou.
A artista avaliou ser importante alertar para as condições de vida das trabalhadoras e cobrou políticas públicas para a categoria. "O silêncio também mata", disse.
Questionada se poderia abrir investigação a partir do vídeo divulgado nas redes sociais, a Polícia Civil disse que o procedimento é iniciado a partir de denúncia ou registro de ocorrência por parte da vítima ou de alguma corporação das forças de segurança do estado ao ser acionada.
"A Polícia Civil de Minas Gerais sempre orienta que as vítimas procurem uma delegacia de polícia mais próxima de sua residência para o devido registro dos fatos", afirmou a corporação.
A Guarda Municipal de Belo Horizonte informou também não ter sido acionada para registrar a perseguição a mão armada na Afonso Pena.
Santos afirmou o material chegou em suas mãos via um meio de comunicação usado por travestis e transexuais da cidade.
"Quando chegou [o vídeo] me senti na obrigação de vocalizar e replicar o ocorrido. Ocorrido violento, transfóbico, que faz parte do cotidiano das trabalhadoras sexuais que estão ali no alto da Afonso Pena", disse.
"Vamos continuar firme divulgando, denunciando esse tipo de crime. Para vocês que estão proferindo violência, não vamos recuar. Também fazemos parte da sociedade, também somos cidadãos de bem e reivindicamos nossos direitos", declarou.
Veja o vídeo
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