Muito conhecido por sua atuação durante a ditadura militar instalada em 1964, o general Newton Cruz, morreu aos 97 anos, no Rio de Janeiro, na noite dessa sexta-feira (15).
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O corpo do general será cremado neste domingo (17), no crematório da Penitência, no cemitério do Caju, zona norte da cidade.
Segundo informações de familiares, Newton tinha problemas pulmonares e, ficou internado por 15 dias no Hospital Central do Exército. Cruz era viúvo e deixa quatro filhos e 11 netos.
“Ele era um guerreiro para nós. A família está muito abalada. Só queremos respeito e honra”, salientou um dos parentes, que não quis ter o nome divulgado.
Repressão
Newton Cruz foi general do Exército Brasileiro e teve atuação na ditadura militar no Brasil, que durou de 1964 a 1985. Ele foi chefe da Agência Central do Serviço Nacional de Informações (SNI), órgão que monitorava e espionava opositores do regime, munindo os militares de informações confidenciais.
Cruz foi acusado pela morte do jornalista Alexandre von Baumgarten. Na época, negou seu envolvimento, disse que recebeu informações sobre a identidade do responsável pelo assassinato, mas se negou a revelar.
Em 2010, o general deu entrevista reveladora para o jornalista Geneton Moraes Neto, na qual revelou que militares planejavam outro ataque semelhante ao Riocentro, atentado terrorista organizado por integrantes do Exército e da Polícia Militar em 30 de abril de 1981.
"Eu recebi a informação de que havia um grupo tentando fazer um ataque semelhante. Não era problema meu. Eu tinha apenas que informar. Pela primeira vez saí da minha função na SNI e fui pessoalmente acabar com isso”, contou o militar na entrevista.
Ele disse que se encontrou com um tenente e um sargento em um hotel, onde teria alertado que se tivesse mais algum atentado, iria denunciar. “Não houve mais nenhum atentado”, garantiu o sargento na gravação de 2010.
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Vídeo emblemático
Newton Cruz é o protagonista de um icônico vídeo de dezembro de 1983, quando agrediu um repórter durante transmissão ao vivo na TV.
No vídeo, o general manda o repórter calar a boca e “desligar essa droga”, em relação ao gravador com que o profissional registrava a entrevista. Ele fica irritado depois de ser questionado sobre a falta de democracia no país.
Na sequência, o militar encerra a entrevista. A atitude de Newton foi comparada ao do presidente Jair Messias Bolsonaro, que já encerrou entrevista após perguntas incômodas.
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