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VIOLÊNCIA

PMs espancam família e apontam arma para criança no Paraná

Três agentes da corporação invadiram a residência e espancaram duas mulheres e ainda apontaram uma arma para a cabeça da filha do casal, uma criança de apenas 3 anos.

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Imagem ilustrativa da notícia PMs espancam família e apontam arma para criança no Paraná camera Os PMs entraram sorrateiramente pela porta dos fundos, e usavam roupas escuras, máscaras e luvas. | Reprodução/RICTV

A pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgada em julho de 2021, aponta que o número de pessoas mortas pela polícia em 2020 é o maior já registrado da história. Os dados são compilados desde 2013 e apontam que 6.416 pessoas foram mortas pelas polícias Civil e Militar, seja por agentes de folga ou em serviço.

Na Grande Curitiba, um morador relatou ter sido vítima de policiais militares de São José dos Pinhais, também na região metropolitana da capital. De acordo com ele, três agentes da corporação invadiram sua casa e espancaram sua esposa e a enteada de 22 anos, além de apontaram uma arma para a cabeça da filha do casal, uma criança de apenas 3 anos.

A situação aconteceu na madrugada do último domingo (30). “Meu esposo subiu para dormir no quarto e eu fui fazer mama para a minha filha. Quando a minha filha falou que a cortina estava se mexendo. Aí falei para ela que não tinha nada, mas quando olhei, tinha um pessoal com arma dentro da minha casa e já foram me descendo socos, coronhada na cabeça. Aí, eu consegui subir correndo até o meu quarto, para avisar o meu marido. Cheguei lá, eles pegaram a minha filha de três anos com a arma na cabeça e foram apagando as luzes e falando para a gente se render. Até, então, a gente não sabia o que estava acontecendo”, lembrou Cilvanete do Nascimento.

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A invasão e as agressões teriam sido motivadas pelo assassinato do empresário Nael Gritten, de 26 anos, morto na madrugada de sábado (29) com 17 disparos de arma de fogo. Segundo Cilvanete, um dos agressores acreditou que a família estivesse envolvida com o crime, mas ela afirmou que eles não conheciam Nael. “Eles ficavam falando que eles queriam que nós déssemos conta do homicídio, de quem mandou matar, que eles queriam a arma do crime. Mas nós não temos nada ver”, completou.

“Eu escutei aquele movimento dentro de casa, aquela loucura e ela me chamando, pedindo por socorro que tinha gente dentro de casa. No susto, no choque, eu levantei e corri na janela para olhar na sacada e ver se tinha algum movimento, alguma coisa, foi aonde eles chegaram na porta do quarto e mandaram eu voltar, se recolher, se render. Eu não sabia o que estava acontecendo, me rendi, me abaixei. Colocaram nós deitado na lateral da cama, eu e minha mulher, e já apagaram as luzes e já começaram a espancar a gente. Começaram a bater muito. Alegando um homicídio que deu numa rua paralela aqui, para trás. Eu nem tenho conhecimento dessa pessoa que faleceu, nem de quem matou, nada”, contou Almero, marido de Cilvanete.

Em uma abordagem de rotina da Polícia Militar, os agentes chegam pela porta da frente e se apresentam, no entanto, não foi o que aconteceu no final de semana. Os homens estavam usando roupas escuras, máscaras, luvas e entraram sorrateiramente pela porta dos fundos. Uma câmera de segurança registrou o momento que eles chegam, com o auxílio de lanternas, às 3h37 e quando saem correndo às 4h13.

“Me fiz de morta porque do jeito que tava eu pensei que já tinham matado todo mundo. Coloquei a mão na cabeça e eles só chutava a minha mão, com cacetete nas minhas costas também”, disse Cilvanete.

Indagada sobre como desconfiou que os invasores fossem policiais, Cilvanete explicou que encontrou o perfil de um deles na rede social Facebook. “Através do Facebook desse empresário [assassinado], eu entrei e como o menino que me rendeu falou que era irmão dele, eu puxei para ver quem era e foi aí que eu achei e vi a foto e realmente é um policial militar”.

A família identificou os policiais que invadiram a casa após ir na Corregedoria da Polícia Militar. No entanto, o medo ainda permanece, já que eles permanecem soltos.

“Se a gente não denunciasse, eles iam voltar e matar a família inteira. Bem por isso que eu estou denunciado porque a gente não deve. Eu quero uma proteção do Estado”, finalizou Cilvane.

De devido aos ferimentos, a filha de Cilvanete está internada no Hospital do Trabalhador, em Curitiba, e corre o risco de amputar um dos dedos das mãos. Além do trauma vivido.

O que diz a PM?

A RICtv Curitiba solicitou um posicionamento da Polícia Miliar do Paraná, mas até o momento não obteve retorno.

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