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CPI DA COVID-19

Executivo do "kit covid" é ouvido hoje na CPI no Senado 

No kit haviam medicamentos, como cloroquina, azitromicina e ivermectina, ineficazes contra a covid-19, e que eram estimulados indiscriminadamente por Jair Bolsonaro ao longo da pandemia.

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Imagem ilustrativa da notícia Executivo do "kit covid" é ouvido hoje na CPI no Senado  camera O STF concedeu a Pedro Júnior o direito de ficar em silêncio em resposta a perguntas que possam incriminá-lo. | Pedro França/Agência Senado

As movimentações da CPI da Covid no Senado Federal tem repercutido bastante, e os próximos episódios, prometem claro, novos enredos.

Nesta quinta-feira (16) será ouvido o diretor executivo da operadora de saúde Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior, para depoimento na CPI para que ele explique uma suposta pressão da empresa pelo uso do chamado "kit covid" em pacientes com coronavírus.

No kit haviam medicamentos, como cloroquina, azitromicina e ivermectina, ineficazes contra a covid-19. O uso desses remédios foi estimulado de forma indiscriminada por Jair Bolsonaro ao longo da pandemia, na contramão do que orienta a Organização Mundial da Saúde (OMS).

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Pedro Júnior obteve no Supremo Tribunal Federal (STF) o direito de ficar em silêncio em resposta a perguntas que possam incriminá-lo. No entanto, o ministro da corte Ricardo Lewandovski, não o dispensou de comparecer à comissão. Ele irá à CPI na condição de testemunha, o que implica assinar termo de compromisso de falar a verdade.

O senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou ter recebido denúncia de que a Prevent Senior teria pressionado profissionais e pacientes a utilizar remédios do "kit covid". Segundo ele, a empresa estaria promovendo também tratamentos experimentais sem o consentimento de pacientes.

"Recebi aqui uma correspondência, que é cópia de um processo que está sendo movido por um grupo de profissionais médicos ligados à rede Prevent Sênior, em que formalizaram uma denúncia contra essa instituição, por conta da política de coerção que foi assumida por essa direção em termos de orientações aos profissionais médicos, para adotarem aquelas orientações do chamado tratamento precoce. Inclusive, aqueles que, em algum momento, se recusaram a implementar essas medidas foram demitidos", disse Costa na CPI em 26 de agosto.

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Segundo o senador, as denúncias apontam ainda que profissionais de saúde teriam sido proibidos de usar equipamentos de proteção individual, até com o objetivo de "disseminar o vírus, no ambiente hospitalar, para que, assim, pudesse ser feita uma pesquisa que constava da utilização de cloroquina, de azitromicina, de ivermectina com os pacientes".

"Uma das coisas que o hospital orientava era que os pacientes e os seus familiares não tivessem conhecimento de que essa experiência estava sendo feita, que não tivessem conhecimento de que estavam sendo administrados esses medicamentos. A informação que se tem é que isso foi um acerto entre a direção do hospital e o governo federal, contra aquelas orientações que havia do Ministério da Saúde, no período do ministro Mandetta", declarou Costa.

Para o senador, documentos apontam que o chamado "gabinete paralelo" — grupo que teria assessorado informalmente Bolsonaro às margens das determinações do Ministério da Saúde — estaria por trás da iniciativa da Prevent Senior. Segundo integrantes de oposição da CPI, faziam parte do "gabinete paralelo" a médica Nise Yamaguchi e o empresário Carlos Wizard, por exemplo.

A convocação de Pedro Batista Júnior, a pedido de Humberto Costa, foi aprovada na CPI em 3 de agosto. No requerimento de convocação, o senador incluiu mensagem atribuída a cliente da Prevent Senior em que denuncia suposto assédio para a utilização do 'kit covid', sem citar nomes ou data.

A comissão também já pediu o compartilhamento de série de informações sobre a atuação da Prevent Senior a órgãos como o Conselho Regional de Medicina de São Paulo, Ministério Público de São Paulo e Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, além da própria empresa.

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