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DESAPARECIDOS

Polícia acha ossos que podem ser de meninos de Belford Roxo

Os três meninos, com idades de 9, 11 e 12 anos, estão desaparecidos desde dezembro de 2020. As investigações do caso seguem sendo feitas pela Polícia Civil.

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Imagem ilustrativa da notícia Polícia acha ossos que podem ser de meninos de Belford Roxo camera Lucas Matheus, de 9 anos, e Alexandre Silva, 11, e Fernando Henrique, 12, desapareceram em dezembro de 2020. | Reprodução

Três meninos, identificados como Lucas Matheus, de 9 anos, e Alexandre Silva, 11, e Fernando Henrique, 12, sumiram no dia 27 de dezembro depois que saíram para brincar em Belford Roxo, na região da Baixada Fluminense.

Após sete meses, as investigações têm se intensificado para descobrir o paradeiro dos garotos.

Agentes do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil encontraram nesta sexta-feira (30), em um rio de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, uma ossada e fios de cabelo dentro de um saco plástico -o material será analisado por perícia.

A área foi apontada por um homem como o local de suposta ocultação dos cadáveres de Lucas Matheus da Silva, Alexandre da Silva e Fernando Henrique Ribeiro Soares. Ele disse à polícia que o próprio irmão levou sacos plásticos com os corpos ao local a mando de traficantes.

Entre 10h e 12h15, bombeiros realizaram buscas pelos corpos dos três meninos. O local indicado é chamado de Ponto do Ferro 38, próximo ao rio Botas, em Belford Roxo, que corta a baixada.

"Esses ossos vão para a antropologia do IML [Instituto Médico Legal] para saber primeiro se o osso é humano. Confirmado, eles conseguem identificar se é masculino ou não e a faixa de idade. Após essa etapa será coletado um fragmento do osso e encaminhado para o IPPGF [Instituto de Pesquisas Perícias Genética Forense] para fazer um teste de DNA e ver se é compatível com o padrão dos familiares", explicou a perita criminal Denise Rivera.

Mais cedo, a avó de dois dos três meninos disse ao jornal O Globo não acreditar na versão. Para Silvia Regina, eles "estão vivos" e a versão seria para "despistar". A família não acompanhou presencialmente as buscas no rio.

Fontes relataram ao UOL que o homem procurou o 39º Batalhão da Polícia Militar e disse que o irmão dele, José Carlos dos Prazeres Silva, conhecido como Piranha, ajudou na suposta ocultação dos corpos.

Em nota, a Polícia Civil informou que, após a declaração, Silva foi detido pela PM e os dois foram ouvidos por agentes da DHBF. A DHBF chegou a pedir a prisão temporária do suspeito denunciado pelo irmão, mas o Tribunal de Justiça do Rio negou e os dois foram liberados.

O suspeito teria contado ao irmão que a missão de jogar os sacos no rio foi dada por homens do tráfico na região. O objetivo era ajudar a sumir com os corpos das três crianças. À polícia, ele disse não ter culpa de nada, mas confirmou que jogou os sacos no rio a pedido do tráfico sem saber o que havia dentro.

José Carlos dos Prazeres Silva tem duas passagens pela polícia, por tráfico e furto. As investigações sobre o suposto envolvimento dele e de traficantes nos desaparecimentos continuam.

"Isso só reforça o entendimento inicial do delegado sobre o envolvimento do tráfico no desaparecimento dos meninos e corrobora o que vinha sendo dito sobre o motivo, que seria o furto de um passarinho de um dos traficantes da comunidade pelos meninos", disse a defensora Gislaine Kepe, do núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública do Rio.

Lucas, Alexandre e Fernando foram vistos pela última na feira de Areia Branca, que fica a 3 km da comunidade do Castelar, onde viviam com a família. Até o momento, a polícia encontrou uma única imagem de câmeras de segurança, que mostram os três caminhando no dia do desaparecimento.

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