Duas agências federais americanas recomendaram nesta terça-feira (13), que seja pausada nos Estados Unidos a aplicação da vacina da Johnson & Johnson contra a Covid-19. A recomendação veio após seis casos de coágulos raros em pacientes que receberam a dose do imunizante.
Ao todo, 6,8 milhões de doses da vacina já foram aplicadas nos EUA; os casos de coágulos representam apenas 0,0000008824% das doses aplicadas, ou menos de um em um milhão.
A vacina da Johnson é aplicada em uma única dose e apesar de já ter sido autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial no Brasil, mas ainda não está sendo aplicada no país.
Em uma publicação na rede social Twitter, a Food and Drug Administration (FDA), espécie de Anvisa americana, informou que a pausa estava sendo recomendada "por excesso de cuidado", e que a agência e o Centro de Controle de Doenças (CDC) estão fazendo revisões nas informações sobre os seis casos de pessoas que tiveram um "tipo raro e grave de coágulo sanguíneo" após receber o imunizante.
"No momento, esses eventos adversos parecem ser extremamente raros", afirmou a FDA. "O tratamento desse tipo específico de coágulo sanguíneo é diferente do tratamento que normalmente é administrado".
Segundo a FDA, o CDC deve convocar uma reunião do Comitê Consultivo em Práticas de Imunização nesta quarta-feira (14) para analisar os casos de coágulos e avaliar a importância deles. A FDA vai revisar essa análise, pois também investiga os casos.
"Até que esse processo seja concluído, recomendamos esta pausa. Isso é importante para garantir que a comunidade de profissionais de saúde esteja ciente do potencial para esses eventos adversos e possa se planejar, devido ao tratamento exclusivo necessário para este tipo de coágulo sanguíneo", afirmou a FDA.
A vacina da Johnson começou a ser aplicada mais recentemente nos Estados Unidos. Além dela, as vacinas da Pfizer e da Moderna também são aplicadas no país. Não houve preocupações de segurança significativas sobre as duas vacinas.
Aprovação no Brasil
Apesar de já ter sido autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial no Brasil, no dia 31 de março, a vacina da Johnson ainda não está sendo aplicada no país. O Ministério da Saúde adquiriu 38 milhões de doses, com entregas previstas para o segundo semestre.
A vacina é a única que, quando disponível no país, será aplicada em apenas uma dose. Até agora, as vacinas aplicadas no país são a CoronaVac e a de Oxford, que são necessárias em duas doses. A da Pfizer, que já foi aprovada pela Anvisa ainda não está disponível, também é aplicada assim.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) também já aprovou a vacina para uso emergencial.
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