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Nova cepa que surgiu em Manaus pode tomar o país nas próximas semanas, afirma infectologista

Para o infectologista, devido a alta relevância desse vírus na Região Norte, o vírus já deve estar em outras regiões.

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Imagem ilustrativa da notícia Nova cepa que surgiu em Manaus pode tomar o país nas próximas semanas, afirma infectologista camera O infectologista Marcus Lacerda, da Fiocruz-AM, afirmou que a mutação já pode ter se espalhado por outras regiões do Brasil e deve se tornar dominante. | Edmar Barros/Reprodução

A nova cepa do coronavírus, encontrada inicialmente em Manaus, já está em 91% das amostras de vírus sequenciadas no Amazonas. A mutação pode ter sabotado o início da imunidade coletiva de Covid-19 que existia na cidade. As informações são do iG.

O infectologista Marcus Lacerda, da Fiocruz-AM, explica que há muitos indícios de que de fato, seja um "subtipo do vírus com maior capacidade de transmissão". A P.1, sigla dessa variante específica do vírus, está sendo apontada como uma das principais suspeitas pela escala arrasadora da segunda onda de Covid-19 que gerou explosão de casos e caos em Manaus, provocando um colapso no sistema de saúde.

Lacerda alerta para a gravidade da situação e diz que "as pessoas que viajam e não praticam isolamento e medidas de controle" estão espalhando o vírus. O infectologista ressalta ainda, que devido a alta relevância desse vírus na Região Norte, fechar divisas de estado não deve surtir mais efeito, porque o vírus já deve estar em outras regiões.

Recentemente, o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, chegou a afirmar ao programa Manhattan Connection, da TV Cultura, que provavelmente, a cepa será plantada "em todos os territórios da federação, e daqui a 60 dias podemos ter uma megaepidemia".

P.1

Como a interferência da P.1 é uma suspeita muito forte sobre o que ocorreu em Manaus, a Fiocruz já está buscando uma maneira de monitorar a disseminação dessa variedade do vírus: uma versão do exame diagnóstico de Covid-19 do tipo RT-PCR que seja capaz de diferenciar essa cepa de outras. Ou seja, isso dispensaria a necessidade de sequenciamento genético para identificar o vírus.

A estimativa de 91% de participação que a P.1 tem na epidemia de Manaus, segundo a Fiocruz, foi feita com base em apenas 35 amostras (32 estavam positivas).

Um outro trabalho importante da Fiocruz tem sido avaliar se a imunidade desencadeada pelas vacinas de Covid-19 é capaz de neutralizar a P.1. Para isso é preciso usar soro do sangue de pessoas vacinadas com a CoronaVac e a vacina Oxford/AstraZeneca, as duas disponíveis no país.

A vacina Pfizer/BioNTech consegue imunizar as pessoas contra uma outra variante do coronavírus, B.1.1.7, que emergiu no Reino Unido e também parece ser mais transmissível. Já a vacina da Moderna se mostrou resposta imunológica contra a variedade B1.351, que emergiu na África do Sul. É preciso, então, testar caso a caso.

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