Não apenas em decorrência da soja, mas também de outras cadeias importantes para o Estado, a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) prospecta um segundo semestre de 2022 também positivo para o agronegócio paraense.
De acordo com o presidente da Fapespa, Marcel Botelho, todas as principais cadeias produtivas do Estado do Pará apresentaram um crescimento neste primeiro semestre de 2022. “Na média, o agronegócio paraense cresceu nos últimos anos e não foi diferente nesse primeiro semestre de 2022”, avalia. “O setor do agro teve um impulso tanto de visibilidade, quanto de produtividade durante a pandemia porque foi a válvula de escape do país para sustentar o PIB e até mesmo porque precisava-se continuar alimentando as pessoas”.
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BOVINO
No rebanho bovino, por exemplo, Marcel Botelho aponta que o Estado tem apresentado uma taxa de crescimento no número de cabeças, o que faz com que, hoje, o rebanho bovino paraense seja o terceiro maior do Brasil.
“Entretanto, quando você fala em volume, em variação da exportação em si, não tivemos essa mesma tendência por questão de liberação das plantas frigoríficas, concorrência com outros mercados, coisas que afetaram um pouco a produção”, pondera. “Em que pese o rebanho ter aumentado, em 2021 o volume de exportação diminuiu em cerca de 6%. Mas já se observa, nesses primeiros seis meses do ano, uma tendência de reversão dessa tendência de diminuição na variação da exportação”.
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AÇAÍ
Entre as principais culturas do Estado, Marcel aponta que o açaí talvez seja a que apresenta maior crescimento no Pará, mesmo porque o produto vem sendo valorizado mundialmente por todas as suas propriedades nutricionais e energéticas.
“O açaí tem crescido tanto na sua área plantada, quanto na sua produção e produtividade graças a trabalhos desenvolvidos pela Embrapa, assim como no seu volume de exportação. No último ano essa variação foi de mais de 100% no volume de exportação”, pontua. “O cacau é outro produto de muito destaque na região. Hoje, nós mantemos o título de maior produtor de cacau do Brasil e existe uma potencialidade imensa para o aumento da área plantada e da produtividade”.
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DENDÊ
Outra importante cultura da cadeia produtiva paraense, o dendê também tem perspectiva positiva. Além do uso alimentício, o óleo de dendê também vem sendo muito utilizado como óleo combustível. O presidente da Fapespa lembra que já existem muitas plantas industriais que estão utilizando os biocombustíveis a partir do dendê para suprir as suas demandas energéticas. “A nossa região é extremamente propícia ao cultivo do dendê e a produção do dendê também tenha crescido, nesses últimos anos, em uma faixa de aproximadamente 10% em área e em mais de 25% em volume de exportação”, considera. “Outro ponto interessante a ser destacado no agronegócio paraense é a soja. Temos a região de Paragominas, que começou o cultivo aqui no Pará, e hoje a soja começa a se expandir em uma outra fronteira agrícola que é a região da PA-150, onde se tem Tailândia, Goianésia do Pará, Jacundá. Em todas aquelas cidades ali você já encontra muito plantio de soja, fazendo com que a área plantada do Estado tenha crescido bastante”.
Para Marcel Botelho, a soja é uma cultura em franca expansão no Pará, se beneficiando pelas condições climáticas do Estado. “As nossas condições climáticas permitem que você consiga até três ciclos ao longo do ano, o que é uma vantagem competitiva para a soja.
O plantio da soja no Pará pode ter um efeito positivo na criação de animais, tanto na pecuária, quanto na piscicultura, que é uma grande promessa para o Estado, mas que ainda não se desenvolveu e um dos fatores disso se dá muito pelo alto custo da ração no nosso Estado, quando comparado com outras regiões do país”, relaciona. “O Agronegócio paraense está no caminho certo.
A expectativa é positiva para o segundo semestre do ano porque as ações que foram desenvolvidas ao longo dos últimos três anos começam a gerar indicadores positivos para o Estado, agora”. Confira, nas próximas páginas, alguns desses números.
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