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Verticalização na rota do açaí

Com mercados internacionais cada vez mais de olho no nosso fruto, produtores podem investir na exportação e venda mais diversificadas. empresário opina sobre o que fazer para isso

Imagem ilustrativa da notícia Verticalização na rota do açaí camera Divulgação

Aviões carregados de açaí chegam diariamente a países nos cinco continentes do mundo. Em forma da polpa ou de outros produtos, o fruto vindo de terras paraenses abastece um mercado internacional que ainda vê o produto como uma novidade bastante convidativa. Estados Unidos, China, Arábia Saudita, Abu Dhabi, Argentina, Angola, Israel, Itália, Portugal, Holanda, França, Austrália, Canadá e muitos outros.

Os números mostram o crescimento do interesse mundial pelo nosso “ouro roxo”. Houve um aumento de 70% no volume exportado em 2019 em relação a 2018, segundo o último levantamento da Fiepa. No Estado do Pará, responsável por 90% do total da produção nacional de açaí, existem em torno de 50 empresas especializadas na exportação de polpa da fruta, segundo o Sindfrutas. Nestes estabelecimentos, o produto é beneficiado para diversos tipos de usos, sendo consumido, posteriormente, como energético, refeição, sobremesas, medicamentos, suplementos alimentares e nutracêuticos. “Estamos trabalhando no desenvolvimento de produtos que possam ser bem aceitos nos diferentes pontos do planeta. Porque os paladares variam muito de região em região, de país para país. Por exemplo, enquanto nos países do oriente médio eles gostam de produtos bastante doces, na Europa é o contrário, muito pouco doce; já nos EUA gostam de embalagens grandes, coisas volumosas. Enfim, é preciso ir adaptando o açaí a esses mercados”, diz Bem Hur, engenheiro agrônomo e proprietário da Goola Açaí, empresa paraense especializada no mercado internacional.

POLPA

A maior parte da produção destinada para exportação chega ao seu destino em forma de polpa de fruta. Mas, o açaí também é consumido em forma de sorbet, que é uma massa sofisticada, muito semelhante ao sorvete, mas que possui teor bem mais elevado de fruta, no mínimo 30%. Enquanto que o popular sorvete é feito com anelinas, que dão uma saborização artificial, o sorbet é capaz de dar ao consumidor uma pequena mostra do sabor natural de um “açaí do grosso’, como dizem os paraenses.

“Apostamos no sorbet porque temos convicção que é um produto mais sofisticado e que leva ao consumidor de outros países o sabor mais próximo do que é um verdadeiro açaí da Amazônia. Não adianta enviarmos a polpa, e o cara transformar o produto em algo artificial, longe do que é o açaí. Por ser uma fruta amazônica e trazer esse aspecto de cor vermelho escuro, ele é muito bem aceito lá fora, porque é uma novidade e trás consigo a informação de ser um produto nutracêutico, ou seja, que ele tem também propriedade benéficas para saúde, além de ser um alimento altamente nutritivo e saboroso, e isso faz com que ele seja bem visto”, diz Bem Hur, catarinense que dedica sua vida ao açaí na Amazônia.

A empresa exportou, no ano de 2020, mais de um milhão, e duzentos e sessenta mil quilos do fruto, tendo Austrália e Portugal como principais destinos. O empresário fala sua opinião sobre os motivos para o Pará ainda possuir uma participação tão pequena nos mercados de polpas de frutas mundial. Segundo Bem, é preciso incentivar iniciativas que não se restrinjam apenas a fornecer o açaí como commoditie. É preciso que empresas regionais tomem a frente e tenham capacidade de desenvolver novos produtos de açaí.

“Na verdade, o açaí ainda é uma novidade. Nossa participação é pequena no mercado de polpas de frutas, que se pode dizer que sim, aonde ele chegou ainda é novidade e que existe muito mais a ser conquistado. Nos conformamos como simples fornecedores de commodities. Exportamos apenas a polpa e esses países de destino modificam o produto, tornando apetecível aos seus mercados. Por isso decidimos na Goola fazer diferente, preparando todo o produto e levando até lá”, diz.

TEM QUE TER SOFISTICAÇÃO

O Pará produz 250 mil toneladas anualmente, de acordo com o Censo Agro 2017 do IBGE. Deste total, mais de 60% são consumidos dentro do estado, segundo o Sindfrutas. Apesar de concentrar quase a totalidade da produção nacional, são poucas as empresas que arriscam-se a fazer algo mais que exportar a polpa. Os produtores dizem que faltam investimentos em biogenética e técnicas de manejo, assim como em práticas que substituam o extrativismo no Estado.

Além disso, o empresário paraense tem buscado acesso a técnicas de como apresentar seu produto para diferentes públicos. O Sindfrutas realiza trabalhos de divulgação desses potenciais com produtores de todo o Estado, mas ainda é pouco. “Precisamos perceber que não estamos servindo só o açaí, mas a Amazônia, com visões claras, com cores alegres, mostrando como ela realmente é. Saber como apresentar isso tem mostrado bastante resultado, tem sido muito bom e o mercado tem apreciado o produto e a apresentação”, diz Bem.

Verticalização na rota do açaí
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