Duas canetas presas à meia e um caderno sempre à mão. À beira do gramado, Juan Carlos Osorio, o novo treinador do Clube do Remo, transforma cada jogo em um exercício contínuo de análise, corrigindo rotas em tempo real e acumulando anotações enquanto a bola rola. A caneta azul serve para anotar os pontos positivos, já a vermelha os negativos.
Batizado pela mídia de "El Recreacionista", o técnico construiu fama por romper com padrões tradicionais de treinamento e montagem de equipes. Os métodos fogem do lugar-comum e dividem opiniões por onde passa.
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Dentro de campo, o traço mais marcante é o estilo ofensivo, independentemente do adversário. Osorio muda esquemas com frequência, às vezes mais de uma vez na mesma partida, porém mantém um padrão de jogo agressivo e propositivo.
Uma das marcas do novo comandante azulino é a rotação constante do elenco. Repetir escalações não faz parte do manual. A ideia, segundo o próprio treinador, é envolver todos os atletas no processo competitivo.
"Busco dar participação a todos os integrantes do plantel. No futebol, e em qualquer atividade da vida, o ser humano para sentir-se parte de algo tem que participar, neste caso jogar, para dar sua contribuição", escreveu em livro lançado no ano de 2015.
A filosofia, no entanto, costuma gerar ruídos. Atletas insatisfeitos com a alternância frequente e torcedores desconfortáveis com mudanças constantes fazem parte do histórico do colombiano em alguns clubes.
Outro ponto que chama atenção está na bola parada defensiva. Osorio reduz o número de jogadores dentro da área em escanteios e faltas laterais, contrariando o modelo tradicional. A proposta é equilibrar ocupação de espaço e vantagem numérica de forma mais racional.
Os números ajudam a explicar a longevidade do treinador. No Atlético Nacional, onde viveu a fase mais vitoriosa, somou 287 jogos e aproveitamento superior a 60%, conquistando títulos nacionais em sequência.
Pela seleção do México, os dados são ainda mais expressivos. Foram 52 partidas e quase 70% de aproveitamento, incluindo a campanha na Copa do Mundo de 2018, onde ficou marcado pela ousadia nas escolhas.
No Brasil, Osorio também deixou registros sólidos. Passou por São Paulo e Athletico-PR, mantendo média superior a 50% de aproveitamento e reafirmando o perfil competitivo mesmo em contextos distintos.
Ao longo da carreira, levantou taças importantes. Campeonatos Colombianos, Copa Colômbia, Superliga e a Conferência Leste da MLS fazem parte do currículo de um treinador que aposta mais em convicções do que em consensos.
No Remo, a expectativa gira em torno da adaptação. Ideias fortes, decisões ousadas e um estilo pouco convencional passam agora a integrar o cotidiano do Baenão, em uma temporada que promete testes dentro e fora de campo.
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