No dia 20 de novembro de 2005, o Clube do Remo viveu um dos momentos mais grandiosos de sua história. Longe de Belém, no Estádio Santa Rosa, em Novo Hamburgo (RS), o Leão Azul venceu por 2 a 1, com gols de Capitão e Maurílio, garantindo não apenas o acesso à Série B, mas também o inédito título brasileiro da Série C. Vinte anos depois, o clube paraense se encontra novamente diante de outro momento decisivo.
No próximo domingo (23), contra o Goiás, no Mangueirão, o Remo pode conquistar um novo salto rumo à elite do futebol nacional — algo que não acontece há mais de três décadas — caso vença seu confronto e conte com outros resultados. A partida poderá ficar marcada na mente de milhões de torcedores em toda a Amazônia Legal e um total de 45 mil expectadores nas arquibancadas.
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2005: um ano de superação e glória
O Remo iniciou a Série C de 2005 sob forte pressão. O clube completava 100 anos de história e via no campeonato uma oportunidade de reencontrar seu caminho. A campanha, porém, começou turbulenta: após o empate por 2 a 2 com o São Raimundo-RR, o técnico Walter Lima foi demitido. Roberval Davino assumiu com uma missão clara: levar o Remo de volta ao cenário nacional.
Elenco e torcida caminharam de mãos dadas. Jogadores como Magrão, Serginho, Maurílio, Landu, Capitão e Marquinhos Belém viraram símbolos daquela fase heroica. Um dos capítulos mais marcantes foi contra o Tocantinópolis. O Remo perdeu o jogo de ida por 2 a 0, fora de casa, e precisava de uma verdadeira epopeia em Belém. Mais de 40 mil torcedores lotaram o Mangueirão e empurraram o time para uma vitória por 4 a 1, que garantiu a classificação.
A consagração e o título azulino
No quadrangular final, apesar das derrotas fora de casa para Ipatinga e América-RN, o Leão cresceu nos momentos decisivos: venceu o América em Belém por 2 a 0, empatou com o Ipatinga e, na rodada final, superou o Novo Hamburgo por 2 a 1, selando a conquista do título nacional. A média de público azulina foi a maior da Série C. O Mangueirão viveu tardes memoráveis, como os 42.086 torcedores presentes contra o Tocantinópolis — número que mostra a força do Fenômeno Azul.
A recepção ao time campeão, em Belém, entrou para a história. Um mar azul tomou as ruas da capital em um desfile emocionante no carro do Corpo de Bombeiros. Desde então, alguns jogadores daquela campanha ganharam espaço eterno no imaginário azulino. Marquinhos Belém, que superou desafios pessoais e ganhou o apelido de Coração de Leão; Landu, ídolo de uma geração, que mais tarde se engajou em projetos sociais; Odair Hellmann, hoje conhecido no cenário nacional como treinador, que naquela época era peça importante no meio-campo. Em 2006, Roberval Davino imortalizou a saga no livro “O Rugido do Leão”.
2025: esperança reacende o espírito de 2005
A semana atual traz ao Remo um sentimento de déjà-vu emocional. Com o Mangueirão novamente se preparando para receber uma multidão azulina, o clube volta a depender da sua força coletiva — em campo e nas arquibancadas. Se vencer o Goiás, e com uma combinação de resultados, o Leão pode alcançar um novo capítulo de renascimento. O eco da famosa frase do hino — “Se um dia quando unidos para a luta, o pavilhão sabemos defender” — ganha mais significado do que nunca.
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