
Nas entrelinhas de uma nova era que se anuncia, os clubes brasileiros começam, ainda que de forma discreta, a se mobilizar por transformações profundas na gestão do futebol nacional. A movimentação ganhou força justamente num momento de transição no comando da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), com a iminente confirmação de Samir Xaud como novo presidente e a saída de Ednaldo Rodrigues do cargo.
Na última segunda-feira (20), as 40 equipes que disputam as Séries A e B do Campeonato Brasileiro tornaram público um manifesto conjunto com uma série de reivindicações. O documento, que representa um esforço de unidade em torno da reformulação do futebol no país, foi assinado por 38 clubes - as únicas exceções foram o Clube do Remo e o Palmeiras.
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A presidente do clube paulista, Leila Pereira, justificou a ausência de apoio ao manifesto. "Entendo que não é hora de fazermos exigências ao novo presidente da CBF", afirmou, sinalizando uma postura mais cautelosa diante da mudança na entidade máxima do futebol brasileiro. A reportagem do DOL solicitou esclarecimentos sobre a posição adotada pelo Remo, mas até a publicação deste texto não obteve retorno.
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O QUE DIZ O MANIFESTO
Entre os principais pontos do manifesto estão a revisão do processo eleitoral da CBF - criticado por favorecer desproporcionalmente as federações estaduais - e a exigência de que os clubes tenham participação garantida em todas as Assembleias Gerais da confederação. A atual estrutura de votação, que dá peso triplo aos votos das federações, tornou Samir Xaud o favorito à presidência, apesar do apoio declarado da maioria dos clubes a Reinaldo Carneiro Bastos, da Federação Paulista.
GARANTIA DE CRIAÇÃO DA LIGA
As demandas dos clubes incluem ainda o compromisso com a criação de uma liga nacional independente, à semelhança de modelos adotados em outros países, como a Premier League na Inglaterra. No manifesto, os clubes também pedem o reconhecimento formal de que os direitos comerciais das Séries A e B pertencem às agremiações, e não à CBF.
GOVERNANÇA E ARBITRAGEM
Outras reivindicações contemplam mudanças nas regras de governança, com ampliação dos poderes da Comissão Nacional de Clubes, além da profissionalização da arbitragem, com dedicação exclusiva para árbitros das duas principais divisões e investimento em capacitação constante.
MUDANÇAS NO CALENDÁRIO
Os clubes também exigem que o calendário esportivo do ciclo 2026-2030 seja aprovado em conjunto pelas entidades Libra, Liga Forte União (LFU) e CBF. A pauta contempla ainda a criação de políticas de apoio financeiro aos clubes das Séries B, C e D, bem como ao futebol feminino, além da implantação de regras claras de Fair Play Financeiro.
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