Apesar da montagem do novo elenco do Paysandu para a temporada de 2026 ter sido vista como positiva pela organização que tem sido apresentada, com novas contratações realizadas, os resquícios deixados pelo elenco que rebaixou o time à Série C do próximo ano continuam assustadores, principalmente envolvendo as saídas de atletas e a forma como elas acontecem.
O Náutico anunciou, na última quarta-feira (18), a contratação do volante Leandro Vilela, ex-Paysandu. Apesar da oficialização, o reforço gerou desconfiança entre torcedores alvirrubros por conta de uma grave lesão sofrida pelo atleta durante a Série B desta temporada. Em setembro, o Paysandu divulgou nota oficial informando que Leandro havia rompido o ligamento cruzado anterior (LCA) do joelho direito e que precisaria passar por cirurgia.
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O procedimento, geralmente, exige um período de recuperação entre seis e nove meses, o que levantou dúvidas sobre a real condição física do jogador. Diante da repercussão, passaram a circular nas redes sociais informações de que o atleta estaria clinicamente apto para atuar e que a indicação cirúrgica teria sido um equívoco do departamento médico do clube paraense.
Em entrevista ao Blog do Torcedor, o médico ortopedista Edilson Andrade, integrante da comissão técnica do Paysandu e especialista em traumatologia e cirurgia do joelho, negou qualquer erro de diagnóstico e ressaltou que a literatura médica recomenda cirurgia em casos de atletas de alto rendimento.
“A indicação padrão é o tratamento cirúrgico. Existe uma parcela muito pequena de pacientes que evolui bem sem cirurgia, mas, no atleta de alto rendimento, isso é arriscado. Refizemos exames de imagem, testes físicos e de estabilidade, e ele estava muito bem. A vontade do paciente sempre se sobrepõe. Ninguém pode ser obrigado a se submeter a um procedimento”, afirmou.
Decisão foi em consenso com o jogador
Segundo Edilson, todo o processo seguiu inicialmente o protocolo convencional. A decisão pela cirurgia foi tomada em consenso com o jogador, que autorizou a divulgação da nota oficial. No entanto, antes da intervenção, Leandro apresentava um estiramento associado, o que exigia um período mínimo de quatro semanas para desinflamação.
Apesar da melhora, Edilson ponderou que o jogador não chegou à última etapa do processo de retorno, que é o treino com contato. “Essa é a fase mais imprevisível, quando o atleta perde o controle total da situação e depende do adversário e do jogo. Ele não chegou a fazer essa etapa aqui”, explicou.
Clinicamente apto para jogar
Ainda assim, o médico confirmou que Leandro pode estar clinicamente apto, embora exista risco. “O atleta conhece o próprio corpo. Ele foi bem nos testes físicos e os exames mostraram cicatrização. Há risco, mas ele pode ir a campo”, completou. Mesmo com o histórico recente de lesão, Leandro Vilela passou por novas avaliações médicas, incluindo análise realizada por um médico da Conmebol.
Segundo o clube, Leandro Vilela foi avaliado por dois profissionais e está clinicamente liberado para atuar. Aos 30 anos, Leandro Vilela foi revelado pelo Paraná e acumula passagens por JMalucelli, Vitória, Vitória de Setúbal, de Portugal, Operário, Guarani e Mirassol. Pelo Paysandu, completou 70 jogos com a camisa bicolor, consolidando-se como uma das principais peças do elenco antes da lesão.
Indicação de Hélio dos Anjos ao Timbu
O volante chegou a negociar com o Goiás, mas o Náutico venceu a concorrência e garantiu a contratação, apostando na recuperação física e na experiência do jogador para a próxima temporada. Este será o reencontro de Leandro Vilela com um antigo conhecido: o técnico Hélio dos Anjos, com quem trabalhou no Paysandu e referendou a sua contratação.
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