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Jogadora é acusada de envenenar rival em torneio de xadrez

Caso ocorreu durante uma competição envolvendo atletas de diversos países da Europa

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Imagem ilustrativa da notícia Jogadora é acusada de envenenar rival em torneio de xadrez camera Fato polêmico acabou chocando a Rússia, país tradicional do xadrez | Fábio Pozzebom / Agência Brasil

Uma das grandes potências mundiais do xadrez, a Rússia foi abalada neste mês com uma tentativa de envenenamento no campeonato do Daguestão. Câmera de segurança da sala onde os duelos seriam disputados flagrou o momento em que a jogadora Amina Abakarova, 40, natural do Daguestão, parece jogar um líquido desconhecido nas peças que seriam usadas por uma adversária, Umaiganat Osmanova, 30, de Kaspiysk.

O caso veio à tona porque, durante a disputa, no último dia 2, Osmanova começou a passar mal, apresentando tontura e problemas respiratórios, e precisou de atendimento médico. Ao examinar a filmagem, a organização percebeu a ação de Abakarova e chamou a polícia.

Após análise, verificou-se que o produto era formado por compostos de mercúrio, que é tóxico. Segundo o Ministério da Saúde do Brasil, a presença de mercúrio no corpo humano pode provocar danos ao sistema nervoso, rins e sistema cardiovascular, além do respiratório, gastrointestinal, hematológico, imunológico e reprodutivo.

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Por conta do episódio, o campeonato foi paralisado e só foi retomado dias depois, com a autorização dos órgãos de saúde da cidade de Makhachkala, onde foi realizado. Além de Osmanova, nenhuma outra jogadora teve reações.

Amina Abakarova foi presa e suspensa pela Federação Russa de Xadrez e pode ser até banida do esporte, segundo o presidente da entidade, Andrei Filatov, publicou no site oficial.

"A Federação Russa de Xadrez suspende temporariamente a jogadora de xadrez do Daguestão Amina Abakarova da participação em todas as competições realizadas sob os auspícios da Federação Russa de Xadrez, enquanto se aguarda a conclusão das agências de aplicação da lei, com base nas quais será tomada uma decisão final, até desqualificação vitalícia", diz a nota.

Sazhid Sazhidov, ministro dos esportes do Daguestão, divulgou uma declaração no aplicativo de mensagens Telegram dizendo-se perplexo pela decisão de Abakarova, que vem de Makhachkala e já venceu o torneio antes.

"Como muitos, estou perplexo com o ocorrido, e os motivos que nortearam uma atleta tão experiente como Amina Abakarova também são incompreensíveis para mim. As ações que ela cometeu poderiam ter levado a um resultado mais triste; elas ameaçaram a vida de todos que estavam na sala de xadrez, inclusive ela mesma. Agora ela terá que responder pelo que fez perante a lei", diz ele, também destacando que a jogadora enfrenta o banimento após as investigações.

Em uma entrevista ao jornal russo Izvestia após o ocorrido, Osmanova disse ter percebido "algumas bolinhas" rolando para fora de seu tabuleiro e pensou que se tratavam de enchimento de brinquedos antiestresse. Então, tocou nas bolas com o dedo. Como começaram a se desmanchar depois do toque, ela disse ter percebido que se tratava de uma substância tóxica e chamou a organização.

"Eu me senti mal. Comecei a respirar profundamente e não conseguia ar suficiente, e sentia gosto de ferro na minha boca. Não conseguia entender o que estava acontecendo", disse ao Izvestia.

Osmanova afirma que não deu um motivo para a rival fazer isso, mas disse acreditar que foi uma decisão impulsiva de caráter pessoal.

A imprensa russa publicou informações que teriam sido passadas pela polícia informando que Abakarova confessou ter jogado o mercúrio de um termômetro na mesa da adversária, mas que não queria fazer mal a ela, apenas amedrontá-la, para tirá-la da competição. Ela teria justificado como "hostilidade pessoal", uma vez que Osmanova a havia derrotado uma semana antes na decisão do Torneio Rápido do Daguestão.

Abakarova permanece detida durante as investigações. Se julgada culpada, pode pegar uma pena de até três anos de prisão. Osmanova se recuperou e voltou à competição, terminando na segunda colocação.

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