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PRECONCEITO E DESINFORMAÇÃO

Boxeadora sofre ataques e fake news, mas não é mulher trans

A argelina Imane Khelif foi alvo de desinformação bolsonarista após ser reprovada em teste de elegibilidade devido a uma mutação genética.

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Imagem ilustrativa da notícia Boxeadora sofre ataques e fake news, mas não é mulher trans camera A boxeadora argelina Imane Khelif após vitória nas Olimpíadas de Paris 2024. | Reprodução

Imane Khelif, boxeadora argelina, tem enfrentado uma onda de ataques e desinformação, principalmente de bolsonaristas, após ser reprovada em um teste de elegibilidade realizado pela Associação Internacional de Boxe (IBA). Khelif não é uma mulher trans, como alegado por seus detratores, mas nasceu no sexo feminino e possui uma mutação genética que afeta seus cromossomos.

Normalmente, mulheres têm um par de cromossomos XX e homens têm cromossomos XY. No entanto, algumas mulheres podem nascer com cromossomos XY devido a uma mutação genética. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), essa condição é conhecida como diferença de desenvolvimento sexual (DDS) e apresenta diversas formas. No caso de Khelif, essa mutação levou à sua desqualificação pela IBA, embora o Comitê Olímpico Internacional (COI) não reconheça os exames da IBA.

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Imane Khelif divulgou foto de sua infância na Argélia.
📷 Imane Khelif divulgou foto de sua infância na Argélia. |Reprodução

Na Argélia, onde Khelif representa sua nação, a identidade transgênero é proibida, e a mudança de gênero ou sexo em documentos de identidade, bem como tratamentos médicos para transição de gênero, não são permitidos.

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Uma imagem de Khelif quando criança, apresentada por ela em uma entrevista no YouTube, também foi amplamente compartilhada nas redes sociais em meio aos ataques. Em resposta às críticas, o Comitê Olímpico argelino condenou os ataques "maliciosos e antiéticos" dirigidos à boxeadora e garantiu que todas as medidas necessárias foram tomadas para protegê-la.

A boxeadora chinesa Lin Yu-Ting, que enfrenta uma situação semelhante à de Khelif, também recebeu apoio de seu país. O porta-voz do presidente taiwanês elogiou a determinação de Lin, que está sendo questionada sobre sua elegibilidade devido a questões semelhantes.

Os ataques contra Khelif se intensificaram após sua rápida vitória sobre a italiana Angela Carini, que durou apenas 46 segundos. No entanto, Carini esclareceu que a derrota se deu devido a uma lesão no nariz, o que limitou suas chances na competição, independentemente da adversária. "Eu não perdi hoje, apenas fiz meu trabalho como lutadora", explicou Carini, que deixou a luta com o coração partido, mas de cabeça erguida.

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