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PAPÃO SOB NOVA DIREÇÃO

Gerson: Hélio dos Anjos e Paysandu, feitos um para o outro

No estilo desassombrado de sempre, comandou o treino do dia na Curuzu, observou jogadores e se reuniu com a diretoria. Na entrevista, foi direto ao ponto: não quer saber do passado, vai focar na reabilitação dentro do campeonato.

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Imagem ilustrativa da notícia Gerson: Hélio dos Anjos e Paysandu, feitos um para o outro camera Hélio dos Anjos está de volta ao comando técnico do Paysandu. | Jorge Luis Totti/Ascom Paysandu

O Paysandu anunciou ontem sua 39ª contratação na temporada. É o goleiro Matheus Nogueira, ex-ABC. E é provável que o clube abra ainda mais o cofre nos próximos dias. O técnico Hélio dos Anjos já indicou nomes à diretoria, a fim de reforçar o time no esforço em busca da classificação à etapa de quadrangulares da Série C.

Lucca, atacante de 33 anos, que jogou na Ponte Preta no ano passado, sob o comando de Hélio, é um dos primeiros indicados. Joga na Tailândia, onde marcou quatro gols em 10 jogos. Vem para disputar posição com Mário Sérgio ou até para substituir o artilheiro, cuja saída tem sido especulada.

Hélio também teria citado o zagueiro Fábio Sanches, 32 anos, que trabalhou com ele na Ponte Preta e segue no clube, disputando a Série B. Fábio foi jogador do PSC nos idos de 2012.

O novo técnico chegou ontem e foi apresentado oficialmente. No estilo desassombrado de sempre, comandou o treino do dia na Curuzu, observou jogadores e se reuniu com a diretoria. Na entrevista, foi direto ao ponto: não quer saber do passado, vai focar na reabilitação dentro do campeonato.

Exigente, Hélio dos Anjos chega ao Paysandu sem "mimimi"

Recusou-se a comentar o nível técnico do elenco, mas deu a letra sobre o que vai exigir dos jogadores: intensidade e capacidade competitiva. Não gosta de time jogando para trás, defende o jogo vertical e quer a bola mantida longe da defesa alviceleste. Nessa toada, em relação ao time atual, quem sai ganhando é o meia Geovani (foto), que quase não teve chances com Marquinhos.

Nada muito diferente do que já se sabia sobre Hélio. Falou à imprensa, repetiu os princípios disciplinares que costuma aplicar e dirigiu-se à torcida, pedindo que apoie sua estreia no comando da equipe, na partida de amanhã contra o Brusque, no estádio da Curuzu.

Confessou que a insistência dos diretores do Papão foram fundamentais para convencê-lo a voltar ao clube e enfrentar o desafio da Série C. “Disse a um amigo que viria trabalhar num lugar onde gostam de mim”, afirmou Hélio, derramando-se em elogios à torcida bicolor.

Experiente, Hélio sabe que clubes de massa são controlados por suas torcidas, que blinda e derruba treinadores. Por isso, faz os mesmos acenos que marcaram sua passagem anterior e com isso ergue um muro de proteção aos jogadores, que precisam se reabilitar neste sábado.

Na 16ª posição, a dois pontos da zona do rebaixamento, o PSC encara o confronto com o Brusque como uma das nove “finais” que terá pela frente até o fim da etapa de classificação. Pelos cálculos mais atualizados, 30 pontos é a soma de pontos que garante presença no quadrangular.

O Paysandu terá que conquistar 18 pontos – cinco jogos em Belém e quatro fora – para se classificar e pelo menos 10 pontos para não cair. Hélio disse que estava atento à campanha do time, mas evitou comentar o trabalho do antecessor, Marquinhos Santos. Não explicou o motivo de ter recusado o primeiro convite do PSC e a proposta do Remo, e nem precisava.

Carli: com a estrela no peito, para sempre

Nenhum torcedor botafoguense esquece a final do Carioca 2018. Joel Carli (foto) marcou nos acréscimos o gol decisivo contra o Vasco, levando a decisão para os pênaltis. O rival já festejava o título com empate sem gols até os 50 minutos do 2º tempo, mas, depois de um bate-rebate na área, Carli ficou com o rebote e chutou para o fundo das redes. Nas penalidades, o Botafogo conquistou o campeonato.

As circunstâncias daquela final confirmaram a estrela de Carli, um caudilho argentino na grande área botafoguense ao longo de oito anos de glórias e algumas tristezas, mas sempre com raça. Ontem, diante do Magallanes, pela Copa Sul-Americana, ele ganhou uma emocionante festa de despedida na condição de ídolo da torcida do Botafogo.

“Hoje está sendo um dia especial na minha trajetória neste clube que aprendi a amar. Me despedir como jogador profissional vendo novamente o Botafogo forte em uma competição internacional é algo que me alegra muito e que será um prazer vivenciar ao lado dos botafoguenses, familiares, funcionários e amigos. Na nossa casa, com nossas cores. Em família”, escreveu ontem nas redes sociais.

Carli começou no modesto Aldosivi e jogou por muito tempo no Quilmes até desembarcar no Botafogo em 2016, aos 27 anos, dando continuidade à longa tradição do clube em importar argentinos e uruguaios. Desconhecido à época, não despertou inicialmente a atenção dos torcedores.

Logo no primeiro ano, terminou vice-campeão estadual, conquistando os alvinegros pela raça e valentia em campo. Já com a braçadeira de capitão, comandou a zaga na Libertadores de 2017, que terminou com eliminação para o Grêmio depois de grande campanha.

Em 2020, ele se desentendeu com a diretoria e voltou para o Aldosivi. De longe, viu o Fogão ser rebaixado na lanterna do Brasileiro de 2020, um dos momentos mais melancólicos da história do clube. Aceitou retornar um ano depois para encerrar a carreira com a camisa da Estrela Solitária, ajudando muito na vitoriosa campanha de recuperação na Série B 2021.

Ao longo das oito temporadas no Botafogo, Carli conquistou o respeito da exigente torcida e estabeleceu uma forte sintonia com a instituição, principalmente pela entrega em todos os jogos. Não era craque, mas sempre compensou isso dando o sangue com a camisa alvinegra.

“Não é fácil expressar, muitos sentimentos e um carinho enorme que tenho recebido de todos os alvinegros pelas ruas e também aqui nas redes sociais. Deixei tudo de mim por essas cores e agradeço por tudo que vivi. O Botafogo é diferente, especial. Seguirei com vocês sem as chuteiras nos pés, mas com a estrela no peito. Para sempre”, disse na mensagem dirigida aos botafoguenses. Carli deixará os campos para assumir uma função administrativa dentro do clube.

Por pura coincidência, o Botafogo celebra um ídolo que vai continuar no clube e se prepara para a sucessão de Luís Castro, que deve mesmo aceitar a milionária proposta árabe do clube de Cristiano Ronaldo.

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