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OPINIÃO

Coluna do Gerson: ofensividade do Remo é a chave para acesso

O Clube do Remo conquistou sua primeira goleada na competição e é o time que mais marcou na Série C (16 gols), perdendo somente para o Paysandu, que tem 18.

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Imagem ilustrativa da notícia Coluna do Gerson: ofensividade do Remo é a chave para acesso camera Foto: Samara Miranda/Remo

Só a ofensividade salva

A melhor atuação do Remo na Série C não deixou de ser surpreendente para quase todo mundo, aparentemente até para o técnico Paulo Bonamigo, que considerou “atípico” o resultado. Bem, no retrospecto do time em competições nacionais, a goleada não é de fato um placar frequente. A última, por 4 a 0, ocorreu há 10 anos (em 2012) contra o Náutico de Roraima, pela Série D do Brasileiro.

Só este fato já deixa clara a importância do que ocorreu na segunda-feira à noite, no Baenão, contra o Campinense-PB. O grande público presente, apesar do temporal, teve a oportunidade de ver o Remo mostrar uma ofensividade que parecia reprimida.

Nesta edição da Série C, o mais próximo que o time chegou foi o 3 a 1 sobre o Mirassol há três rodadas. Goleada parecia um prato risco do cardápio a partir do próprio modelo de jogo executado ao longo da disputa. O Remo jogava sempre para vencer na conta do chá. Placar de 1 a 0 ou 2 a 1 era suficiente para deixar a equipe satisfeita.

Essa falta de apetite foi responsável direta por alguns insucessos ao longo do campeonato. Em Manaus, preso a um jogo de passes laterais e nenhuma profundidade, o Remo perdeu a chance de derrotar o dono da casa. Num contra-ataque, tomou o gol e perdeu o jogo. Diante do São José, em Belém, fez 2 a 0, tropeçou nas próprias pernas, recuou e cedeu o empate num incrível apagão de 2 minutos.

Um dos piores jogos dos azulinos foi contra o Ypiranga, em Erechim-RS, quando marcou um gol (Netto) logo no começo da partida. Satisfeito com o escore mínimo, baixou as linhas muito cedo – fato agravado pela perda, por lesão, de Everton Sena e Leonan – e permitiu que o adversário se impusesse ainda no primeiro tempo e virasse para 2 a 1.

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Todas essas lembranças servem para valorizar o jogo destemido, agressivo e vertical praticado contra o Campinense. Um motivo especial oportunizou essa postura: a dinâmica que Fernandinho, Erick Flores e Marciel imprimiram à transição ofensiva, fazendo com que a bola estivesse sempre trabalhada no sentido do gol.

Antes de abrir o placar, aos 30 minutos, com Brenner, o Remo já havia feito nove ataques, três deles perigosos e muito bem executados. Um índice muito superior ao que foi apresentado na vitória sobre o Floresta uma semana antes. Naquele confronto, o Remo finalizou apenas quatro vezes em todo o primeiro tempo.

Na partida de anteontem, Erick Flores foi ainda mais fundamental a partir do gol marcado, aos 34’. Pela beleza do lance, com roubo de bola e finta antes da finalização, é seguramente um dos gols mais bonitos de sua carreira, que não é marcada por tantos gols assim.

Além disso, há o fato especial da reabilitação após os problemas extracampo ocorridos em Erechim. Foi como um descarrego e a comemoração foi emocionante, com o apoio de todos os companheiros.

É importante dizer que, além dos gols de Daniel Felipe e Vanílson no tempo final, o Remo podia ter desfechado uma goleada ainda mais ampla. Brenner perdeu uma grande chance ainda no 1º tempo e a arbitragem deixou de assinalar duas penalidades em favor dos azulinos.

De toda sorte, mais que o placar, o desempenho que proporcionou a goleada abre a expectativa para um Remo menos encolhido, hesitante e medroso, sobretudo nos jogos como mandante. É preciso entender que times que têm grandes torcidas não têm o direito ao desânimo e à contenção. Vibração, que decorre da ofensividade no jogo, é item obrigatório. Sempre.

A busca do equilíbrio para fazer Danrlei jogar mais

O trabalho que o PSC desenvolve com o atacante Danrlei, um de seus goleadores na temporada (8 gols), é todo no sentido de colocá-lo em condições de jogar mais. Para um jogador que já provou ser eficiente nas tarefas ofensivas, é imperioso conseguir minutagem. Hoje, o camisa 9 só é utilizado nos 25 minutos finais das partidas.

Mesmo com o curtíssimo tempo em campo, consegue a façanha de ser um dos principais anotadores – ao lado de Marlon – e pontificar como um jogador imprescindível. Ocorre que em competições que têm grande exigência de imposição física, como a Série C, é sempre temerário ter um atleta abaixo das melhores condições físicas.

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Os riscos de uma lesão grave aumentam na proporção oposta ao nível de equilíbrio muscular. As avaliações sobre a potência muscular e resistência de Danrlei são constantes. Ontem, o clube informou que o parâmetro muscular dele evoluiu em relação às últimas semanas. Notícia das mais positivas para a torcida, que tem sido obrigada a ver em ação por poucos minutos o atacante que mais se identifica com a tradição de raça bicolor.

Entre enganos e meneios, Tite dribla cobranças

Quem teve a obrigação de acordar cedo para ver o Brasil realizar seu último (e inútil) amistoso asiático, contra a esforçada seleção japonesa, constatou outra vez o quanto as escolhas de adversários pré-Copa podem representar uma pedra no sapato do escrete de Tite. Os dribles fartos de Neymar sobre marcações frouxas agradam apenas ao ego do camisa 10, representando pouco para o exigente torcedor brasileiro.

Todo mundo sabe que as facilidades vistas em Seul e Tóquio dificilmente irão ocorrer no Catar daqui a 6 meses. Lá, como foi na Rússia há quatro anos, Neymar será marcado no bico da chuteira, terá espaço mínimo para fazer firulas e pas de deux e jamais será agraciado com a chance de bater tantas penalidades nascidas de lances mandrakes.

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Ainda há tempo de arranjar um ou dois testes de verdade, pelo menos para que se saiba se Paquetá é mesmo o supercraque que Tite tanto admira, se Fred é o novo volante dos sonhos e se Philipe Coutinho de fato despertou da longa sonolência. O problema é que Adenor obviamente prefere uma caminhada tranquila até o Catar, livre de cobranças e aporrinhações.

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