O acaso muitas vezes ajuda a concretizar o esforço e a persistência. Paulinho Curuá abriu caminho para a importante vitória do Remo ontem sobre o ABC com um gol especial, por incomum. Quis o destino que ele estivesse posicionado junto à linha da grande área e a postos para pegar o rebote com um chute perfeito, meio voleio e quase um sem-pulo. Um golaço, seguramente um dos mais bonitos do campeonato.
O gol, logo no começo do jogo, deixou um pouco mais fácil a missão azulina em busca da vitória. O ABC tem uma das melhores defesas da Série C. Inteiramente modificado por Gerson Gusmão, em todos os setores, o Remo surpreendeu seu próprio torcedor com uma atitude resoluta na briga pela bola em todos os cantos do gramado.
Em nível de destaque, Bruno Alves reapareceu e criou uma opção forte pelo lado direito, abrindo caminho com velocidade e força. Brenner centralizava as ações no ataque e fez o pivô em muitos momentos, apesar de ter sido alvo preferencial das sarrafadas da zaga potiguar.
Antes do final do primeiro tempo, Leandro Carvalho inverteu posição com Bruno Alves e passou a correr pela direita. Na primeira manobra, driblou dois, foi à linha de fundo e cruzou rasteiro. Com a trave escancarada, Brenner se atirou, mas chegou atrasado.
No segundo tempo, já com o atacante Gustavo França em campo, o ABC se tornou mais presente nas jogadas de ataque. Criou duas situações perigosas, que o estreante Zé Carlos defendeu com os pés. Na primeira, Henan quase tocou para as redes. Depois, o próprio Gustavo chegou na área e bateu no canto, mas o goleiro mostrou arrojo para evitar o gol.
Antes que o ABC se assanhasse a complicar as coisas e estragar a noite azulina, uma boa jogada entre Leonan e Leandro resultou no avanço do lateral em direção à área. Driblando os marcadores, ele acabou derrubado e Brenner cobrou a penalidade com tranquilidade e segurança, ampliando para 2 a 0.
Depois disso, o Remo passou a controlar o jogo, evitando se expor e fechando as linhas de marcação. Curuá, que atuava bem ao lado de Uchoa, foi recuado para a última linha ao lado de Daniel Felipe e Marlon.
Vanilson entrou no lugar de Brenner, Neto substituiu Bruno Alves, Erick Flores entrou no lugar de Anderson Paraíba e Marciel no lugar de Leandro Carvalho. O time não mudou a toada na marcação, seguiu intenso até o fim e ainda teve uma excelente oportunidade quase no final, quando Erick roubou uma bola dentro da área do ABC e passou para Neto. Livre, o atacante chutou no canto direito, mas o goleiro fez a defesa.
Uma vitória merecida, coroando uma performance quase sem erros no setor defensivo e com participações inspiradas dos atacantes. A peça destoante foi o meia Anderson Paraíba. Inseguro e sem inspiração, não encontrou o posicionamento adequado e ainda errou muitos passes.
O ponto mais importante é que o resultado mantém o Remo com chances de classificação, precisando somar sete pontos em quatro jogos.
Papão sofre derrota, mas segue vice-líder
Por alguns minutos na fase inicial parecia que o PSC podia surpreender o Vitória no Barradão. Marcelo Toscano recebeu passe de Robinho, aos 14 minutos, e tocou na saída do goleiro Dalton, que defendeu com a ponta dos dedos. Foi o lance mais agudo de todo o primeiro tempo.
Apesar do apoio da torcida, o Vitória parecia travado, sem saídas eficientes para encarar a marcação do PSC à frente da área. Luidy, Eduardo e Dionísio eram os mais acionados, mas o ataque esbarrava no bloqueio de Wesley e João Vieira e não chegava a incomodar a dupla Bruno Leonardo-Douglas.
No segundo tempo, Serginho acertou um chute longo que quase enganou o goleiro do Vitória. Toscano cabeceou rente ao travessão. Pressionado pelas arquibancadas, o Vitória resolveu sair para o jogo e começou a criar dificuldades para o PSC.
Adiantou a marcação e, com isso, provocou erros seguidos de João Paulo, que substituiu Patrick Brey. Na terceira saída equivocada, Dionísio recuperou a bola e fez um lançamento curto perfeito para Luidy abrir o placar, com um chute rasteiro.
Com Bruno Leonardo amarelado, o técnico Márcio Fernandes tomou uma decisão que custaria caro ao Papão. Colocou Marcão em campo. Com menos de um minuto, o zagueiro deu uma braçada num adversário e recebeu o cartão vermelho direto.
Sem Wesley, que se lesionou e foi substituído por Gabriel Davis, o PSC viu se desfazer a estrutura montada para compensar as ausências de Genilson, Mikael e José Aldo. Douglas ainda acertou um chute de voleio, mas o placar não foi mais modificado.
O resultado estava no radar dos bicolores, mas é inegável que o time vem perdendo consistência desde a derrota para o Aparecidense, com atuações sempre abaixo do esperado. É hora de frear o processo de queda.
Águia e Japiim morrem abraçados na Série D
Os dois representantes paraenses na Série D tiveram destino semelhante, ao contrário do que se desenhou no começo da competição. A Tuna, de comportamento errático, encerrou sua participação com uma vitória empolgante (5 a 3) sobre o Tocantinópolis, no Souza.
No mesmo horário, em S. Luís, o Castanhal desabou diante do Moto Clube, perdendo por 2 a 0 e caindo para a sexta colocação. A eliminação foi um duro castigo para um time que flertou com a instabilidade desde que seu técnico ficou fora – viajando para um curso na CBF – por três rodadas.
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