plus
plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Edição do Dia
Previsão do Tempo 26°
cotação atual R$


home
"CARA A TAPA"

Fábio Bentes faz panorama de erros e acertos do Remo em 2021

Presidente azulino iniciou a coletiva pedindo desculpas pelo rebaixamento, falou sobre a criação de um departamento profissional de futebol para 2022, dos erros de arbitragem e individuais que contribuíram para o rebaixamento do clube, explicou a situação do goleiro Thiago e comentou a "pipocada" na reta final da Segundona, destacando que jogadores sentiram a pressão da torcida.

twitter Google News
Imagem ilustrativa da notícia Fábio Bentes faz panorama de erros e acertos do Remo em 2021 camera Fábio Bentes deu entrevista por 38 minutos | (Foto: Samara Miranda/Remo)

Desde o rebaixamento na Série B do Campeonato Brasileiro, no dia 28 de novembro, o presidente do Clube do Remo, Fábio Bentes, ainda não havia aparecido para falar sobre a situação. O Leão apenas divulgou uma carta aberta ao torcedor em nome do mandatário. Nesta segunda-feira (13), após a "ressaca" do título da Copa Verde, o cartola concedeu entrevista coletiva à imprensa.

“Queria começar a entrevista pedindo desculpa pelo rebaixamento. No final das contas, as escolhas e decisões passam pela diretoria e a consequência e a responsabilidade eu assumo. Podem ter certeza que, assim como vocês, estou bem triste e chateado com tudo o que ocorreu”, iniciou.

Presidente pediu desculpas pelo rebaixamento
📷 Presidente pediu desculpas pelo rebaixamento |(Reprodução: Remo/TV)

Ao logo da temporada, muitas pessoas bateram nos erros que o Clube do Remo vinha cometendo no processo de montagem da equipe para a principal competição do ano. O Leão Azul também sentiu bastante por conta de lesões. Tudo isso influenciou negativamente quando a Segundona exigiu aquele "algo a mais" do clube. Fábio Bentes falou sobre os problemas que foram cruciais para o insucesso do futebol no ano.

“É difícil destacar um principal erro, até porque temos que destacar como foi o nosso ano de 2021. Em primeiro lugar, tivemos um ano que começou bem. Chegamos em duas finais e conseguimos um acesso. Mesmo com a pandemia, honramos os nossos compromissos e dentro das nossas possibilidades montamos um time que julgávamos que seria possível, não o ideal, para a disputa da Série B. Não adiantava montar um time caro e não honrar os compromissos, como aconteceram em anos anteriores no Remo, onde tinha atraso salarial e ficavam dois ou três meses em aberto. Muito disso aconteceu porque também não havia expectativa de público. Contávamos com os recursos da CBF, o dinheiro dos patrocínios, lojas, enfim, o funcionamento do clube. Trabalhamos com esse teto. Eu não menti para ninguém, eu não escondi de ninguém, nem para o torcedor, nem para a imprensa. Em todas as entrevistas eu dizia que para esse ano o objetivo era permanecer na Série B. Não tínhamos como pensar em voos maiores porque o clube ainda vive uma situação de estruturação. O clube ainda não está como gostaríamos que estivesse. Existem muitas coisas para vencer. Cada ano que passa conseguimos diminuir mais as dívidas trabalhistas. Continuamos com 4,5 milhões de bloqueios trabalhistas. Esse ano, cumprimos. Ano que vem, ainda teremos, mas um pouco menos, pois não entraram novos processos. Temos dívidas civis, administrativas listadas no balanço do clube. Temos dívidas junto ao Governo Federal. Então, existe toda uma situação do clube que precisa ser contornada e que impede voos maiores", explicou.

Azulinos sentiram a pressão da torcida, segundo Fábio
📷 Azulinos sentiram a pressão da torcida, segundo Fábio |(Foto: Samara Miranda/Remo)

"No decorrer do campeonato fomos fazendo ajustes de elenco que julgávamos necessário, sempre discutindo com a comissão técnica, seja com o Bonamigo no início, com o Felipe Conceição depois e íamos trazendo os reforços dentro das possibilidades. Alguns encaixaram e deram certo, outros não. Chegou um ponto, em setembro, que estávamos em oitavo lugar, a cinco pontos da zona de classificação, bem distantes da zona de rebaixamento. Até ali, dentro de campo, a missão vinha sendo cumprida. Fora de campo em nenhum momento deixou de ser. Então, é difícil destacar muitos erros fora de campo. Depois vimos uma descendência física, de desempenho e resultados. Tentamos, internamente, intervir. Eu não sou de expor o que está acontecendo. Acredito que as coisas se resolvem dentro de casa. Expor é sempre mais complicado e isso explica porque não fizemos essa avaliação antes, pois estávamos em disputa em outra competição, e teria muitas dificuldades. Tivemos problemas internos. Não podemos generalizar. Muitos jogadores deram a vida, honraram a camisa e temos o interesse de permanecer com eles, inclusive estamos negociando. Mas existiu uma parte dos jogadores que não souberam honrar a camisa do Clube do Remo. Alguns não estavam acostumados com a pressão da torcida e isso fez a diferença para alguns profissionais, infelizmente. Para 2022, vamos ter muito cuidado na montagem do elenco. Vamos trazer jogadores que tiveram bons anos anteriores, mas que tenham bom psicológico, que saibam lidar com resultados de adversidade. Tivemos momentos no ano que tivemos situações que fugiram do nosso controle”, destacou.

CONTRIBUIÇÕES AO REBAIXAMENTO

Fomos muito prejudicados pela arbitragem. Perdemos de 12 a 15 pontos por conta de erros. No segundo turno, um pouco menos, mas alguns erros foram capitais. A torcida e a imprensa acompanharam. Isso, na minha opinião, também foi decisivo. Ficamos fora da Série B por um ponto. Um ponto a mais passaríamos o Londrina no saldo de gols e conseguiríamos a vaga e a permanência na Série B. Esse um ponto pode estar contido em um desses momentos que fomos prejudicados pela arbitragem. Esse ponto pode estar contido nos diversos jogos que fomos prejudicados por erros individuais de alguns atletas e infelizmente, alguns jogos foram decididos assim aqui dentro de casa. Por exemplo, aquele jogo contra o Londrina. Se o resultado fosse diferente, não tivesse erro individual, não estaríamos rebaixados. No último jogo mandaram um árbitro FIFA, cotado para a Copa do Mundo, assim como o árbitro de vídeo, mas, ainda sim, tivemos dois prejuízos nesse jogo. Primeiro um pênalti não marcado e segundo um lance do nosso gol anulado por uma suposta mão", apontou.

Ao longo da Série B do Brasileiro, principalmente quando ainda não tinha o VAR, o Leão foi bastante prejudicado pela arbitragem
📷 Ao longo da Série B do Brasileiro, principalmente quando ainda não tinha o VAR, o Leão foi bastante prejudicado pela arbitragem |(Reprodução)

“Tivemos erros na montagem do elenco. Erramos em alguns jogadores e acertamos em outros. Houve falhas. A questão do acompanhamento do dia a dia do clube, detectamos alguns problemas e procuramos corrigir. Jogadores que foram punidos, afastados, multados. Fizemos isso, mas nãoexpomos, pois gera uma exposição desnecessária do elenco. Procuramos blindar. Mas podem ter certeza que para 2022 muita coisa será diferente”, acentuou.

PRIMEIRA MUDANÇA PARA 2022

Fábio Bentes e seus vices anunciaram a extinção do cargo de diretor de futebol estatutário e da criação um departamento de futebol todo profissionalizado
📷 Fábio Bentes e seus vices anunciaram a extinção do cargo de diretor de futebol estatutário e da criação um departamento de futebol todo profissionalizado |(Foto: Samara Miranda/Remo)

“Estou aqui com meus vices-presidentes, Tonhão e Marcelo Carneiro, para anunciar que, a partir de 2022, estamos extinguindo o cargo de diretor de futebol estatutário, que é aquele cargo não remunerado, que historicamente sempre existiu no Remo. Não vamos mais nomear ninguém para essa função. Vamos fazer um departamento de futebol todo profissionalizado. Isso é um avanço. Ele vai corresponder diretamente à presidência. Ele será autônomo e será composto por um executivo de futebol, um coordenador técnico e uma comissão técnica que estamos negociando. Vão trabalhar em conjunto e se relacionando com a gente. Talvez seja a primeira grande mudança. Depois virão outras”, evidenciou.

SAÍDA DO FELIPE CONCEIÇÃO

Felipe Conceição tirou o Remo da lanterna e colocou a cinco pontos do G-4, mas rendimento despencou na reta final e foi demitido
📷 Felipe Conceição tirou o Remo da lanterna e colocou a cinco pontos do G-4, mas rendimento despencou na reta final e foi demitido |(Foto: Samara Miranda/Remo)

“Naquele momento precisávamos fazer algo. Víamos que era uma sequência de oito jogos com sete derrotas. Algo não estava funcionando como queríamos e precisávamos gerar um novo ânimo para o elenco. Então, a gente obviamente optamos pela mudança. Acho que o novo ânimo aconteceu, fizemos uma grande partida contra o Goiás e, mais uma vez, por um erro individual, tomamos um gol. Se tivesse sido empate, não teríamos sido rebaixados. Depois tivemos um bom jogo contra a equipe do Manaus. Ganhamos em casa. Tivemos um resultado inadmissível contra o Vasco da Gama. Estávamos vencendo por 2 a 0 e tivemos um jogador expulso daquela forma. Se terminássemos com 11, provavelmente não cederíamos o empate. Contra o Confiança, erros de arbitragem, o goleiro deles estava em uma tarde boa e conseguiu fazer defesas importantes, como no lance do Lucas Siqueira. Tiramos aprendizados nessa montagem de grupo, de elenco, do dia a dia, mas entendemos que esse ‘risco calculado’ foi muito pensado. O Felipe Conceição, que é um grande profissional, não conseguia mais extrair o que precisávamos dos jogadores. Tivemos que dar uma sacudida no grupo. Como não dava mais para inscrever ninguém, tentamos de todas as formas motivar e incentivar os que aqui estavam”, salientou.

"PIPOCADA" NA RETA FINAL

Azulinos precisavam somar apenas oito pontos de 36 em disputa, mas conseguiu apenas sete
📷 Azulinos precisavam somar apenas oito pontos de 36 em disputa, mas conseguiu apenas sete |(Foto: Fernando Torres)

“Houve um grave problema que foi a acomodação. Acho que depois do jogo do Náutico e depois Sampaio e Coritiba, chegamos aos 38 pontos. Faltavam 10 rodadas para o término do campeonato e houve uma acomodação porque estávamos próximos do objetivo da permanência. O torcedor vai lembrar que vínhamos de uma sequência muito forte de contusões, com problemas musculares. Muitos perdemos por boa parte do campeonato. Vou destacar o Erick Flores que vinha bem no primeiro terço da Série B e ficou praticamente outro terço fora. Zagueiros, laterais, meias também se lesionaram e isso pesou muito. Naquele momento de reta final, houve um relaxamento por parte dos atletas. A comissão técnica, o departamento de futebol, não conseguiram detectar isso a tempo. Quando foi detectado, começamos a correr atrás do prejuízo e até fizemos alguns bons jogos, mas não conseguimos os resultados. Depois tivemos o problema da perda de confiança, que tivemos ao longo do campeonato. Não considero que tivemos um mau elenco do ponto de vista técnico e de formação. Tivemos problemas e isso pesou. Esse relaxamento não poderíamos jamais deixar acontecer. Vamos corrigir e passa pela questão do departamento de futebol, do coordenador técnico. Uma das missões será acompanhar esse dia a dia do clube”, destacou.

THIAGO COELHO, REMO E PAYSANDU

Thiago será o novo goleiro do Paysandu
📷 Thiago será o novo goleiro do Paysandu |(Foto: Samara Miranda/Remo)

“Com relação ao Thiago Coelho, já vínhamos conversando com o empresário do jogador há algum tempo, antes das finais. O empresário dele disse que só iria tratar de valores após a final. Hoje, fiz um contato com ele e conversamos a respeito. O que eles alegam é que o jogador pretende jogar em 2022, seja no Remo ou em outra equipe. Ele confirmou que houve procura do Paysandu, mas que também chegará procuras de outros times do Brasil. Entendo que no Remo tem que ficar quem quer. Não adianta forçar uma barra. Não chegamos a falar em valores. Estou disposto a dar a valorização que ele merece, a fazer um contrato longo de três anos, com gatilhos de aumento. Estou disposto a prever bonificações se ele assumir a titularidade e isso se garante em campo. Não posso chegar e dizer para ele que será o titular, até porque temos um outro grande goleiro, que é o Vinícius, que não precisa provar mais nada para ninguém. Quem escala é o treinador, em conjunto com o treinador de goleiros. Não fazemos interferência nesse sentido. Se depender do clube, vamos fazer o esforço, mas isso depende do jogador. Ele tem que querer ficar e, se ele quiser, estamos dispostos a fazer a nossa parte”, ponderou.

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.

tags

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

    Mais em Esporte Pará

    Leia mais notícias de Esporte Pará. Clique aqui!

    Últimas Notícias