Na luta pelo tri da Libertadores, o Flamengo vai enfrentar o Athletico-PR no Monumental, em Guayaquil, estádio que já foi a casa de um ídolo do Rubro-Negro que ajudou a torcida carioca a sentir a sensação de conquistar a América pela primeira vez. Adílio defendeu o Barcelona, clube dono do Monumental. A passagem dele e de outros brasileiros deixou um legado.
Ovacionado antes da final da Copa do Brasil, quando levou a taça ao meio de campo do Maracanã ao lado de Edilson, Adílio vestiu rubro-negro entre 1975 e 1987, integrando uma geração que marcou época no Flamengo com a conquista de diversos títulos.
Os títulos mais importantes daquele elenco, que tinha o volante como nome importante, foram a Libertadores e o Mundial de 1981. A conquista continental só foi repetida 38 anos depois, em 2019, e o Mundial segue sendo único.
Após o adeus à Gávea, Adílio teve uma rápida passagem pelo Coritiba, antes de embarcar rumo ao futebol equatoriano. O Brown, como também era conhecido, disputou a última Libertadores da carreira justamente no Barcelona. Por lá, não chegou a levantar taças, mas lembra de sua maior conquista no país:
“Foi boa [a passagem pelo Barcelona]. Estava eu, o Toninho Vieira, que jogou no Santos, o Carlos Henrique, que jogou comigo no Coritiba. Fomos bem lá. Eles jogavam diferente, com mais pancada (risos), e a gente conseguiu colocar um pouco mais de qualidade no toque de bola. Hoje vejo eles jogando dessa maneira e fico feliz. Foi desta maneira que chegaram até a finais da Libertadores, buscando um jogo ofensivo. A gente fica feliz porque o que foi feito lá atrás deu resultado”, relembra a época em que semeou o estilo de jogo que dura até hoje.
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Adílio deixou o Barcelona do Equador e defendeu ainda clubes como o Itumbiara, o Alianza Lima, do Peru, América de Três Rios, Serrano; Barreira e Friburguense antes de pendurar as chuteiras.
O ex-volante, atualmente, está no departamento social do Flamengo e comanda a FlaMaster, associação de ex-atletas que realiza jogos, visita embaixadas de torcedores em cidades Brasil afora. Ele também participa do trabalho de ajuda do clube a ex-jogadores.
Com a seleção brasileira Master de futsal, inclusive, Adílio voltou ao Equador e reencontrou profissionais que trabalharam com ele no tempo de Barcelona.
“Fui até com a seleção brasileira de Master. Fomos campeões de futebol de salão. Minha comissão técnica estava toda lá, até jogaram contra mim pela seleção do Equador (risos)”, recorda.
O trabalho não o levou para o local da final deste sábado. Ele vai um pouco mais longe: “Vou para Boston [Estados Unidos]. Vou assistir com a torcida organizada do Flamengo de lá. Eu, Andrade, Zé Roberto e Raul Plassmann”.
Adílio celebra o fato de a final da Libertadores ser em Guayaquil e ressalta o impacto social do jogo para a região e para o Equador.
“Gostei da final ser lá. Acho que vai encher porque o pessoal adora futebol. Não só eu, mas vários brasileiros jogaram lá. O Moacyr, que jogou no Flamengo nas décadas de 50 e 60, mora no Equador até hoje”, aponta.
“É um impacto muito bom. A garotada que gosta de futebol vai poder ver de perto uma final da Libertadores. É bom para eles. Tem muita escolinha, time de rua... Muito bacana ter final lá. Os rubro-negros que forem vão gostar muito”, assegura.
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