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REVOLTA NACIONAL

Paysandu, Remo e clubes do Brasil repudiam "estupro sem querer"

A absolvição do empresário André Aranha, que segundo o juiz cometeu um “estupro culposo”, ou seja, sem a intenção de estuprar segundo o magistrado, revoltou também clubes de futebol por todo o país

Imagem ilustrativa da notícia Paysandu, Remo e clubes do Brasil repudiam "estupro sem querer" camera Reprodução

O julgamento do homem que estuprou a promoter catarinense Mariana Ferrer foi o assunto mais comentado nas redes sociais esta terça-feira (3). A absolvição do advogado André Aranha, que segundo o juiz cometeu um “estupro culposo”, ou seja, sem a intenção de estuprar segundo o magistrado, revoltou também clubes de futebol por todo o país, que fizeram questão de publicar a indignação que tomou conta do Brasil.

Juiz determina “estupro culposo”, gera revolta no caso Mari Ferrer e vítima é humilhada no julgamento. Assista!

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No Pará, Remo e Paysandu publicaram a mesma mensagem em suas redes sociais, afirmando que estupro culposo não existe e pedindo justiça para Mariana Ferrer.

As camisas mais importantes do país também mandaram mensagens. No Rio Grande do Sul, o Internacional foi veemente ao afirmar que “repudia toda e qualquer forma de violência contra a mulher”. O colorado gaúcho ainda disse que não existe estupro sem querer, como o juiz afirmou em sua sentença, após dois anos do caso se desenrolando na justiça.

Cruzeiro, Corinthians, Botafogo, São Paulo, Flamengo, Fluminense, Vasco e Coritiba encorajaram seus seguidores a pedir justiça pelo caso, assim como denunciar toda e qualquer violência contra a mulher.

ENTENDA O CASO

O empresário André Camargo Aranha, acusado de estuprar a influenciadora digital Mari Ferrer em uma boate, em 2018, foi absolvido pela Justiça. Segundo o juiz que cuidou do caso, André cometeu um "estupro culposo", um crime não previsto na lei brasileira.

O caso foi denunciado em 2019 pelo Ministério Público de Santa Catarina, que considerou o caso inicialmente como um estupro de vulnerável, já que Mari estava alcoolizada na festa, sem condições de reagir. Ela alega que era virgem na época do crime.

O promotor responsável pelo caso, entretanto, afirmou que não havia como André saber, durante o ato sexual, que ela não estava em condições de consentir com a relação, e portanto, ele "não teria a intenção" de estuprar.

Durante a sessão, que ocorreu online, o advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho, que defendia o acusado de estupro, mostrou fotos de Mariana, postadas por ela nas redes sociais, as quais classificou como "ginecológicas", questionando a conduta moral da vítima, Mari. Em nenhum momento os momntos do Tribunal de Justiça de Santa Catarina questionam o advogado sobre a relação das fotos postadas em redes sociais com o processo por estupro.

O jornal The Intercept conseguiu imagens da sessão e compartilhou nas redes sociais. Na gravação, é possível ver Mari se sentindo humilhada e chorando após o advogado mostrar as imagens.

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