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BALANÇO DO MUNDIAL

Presidente da FIFA sobre a Copa: "êxito em todos os níveis"

Infantino também defendeu a proibição da Fifa às seleções que pretendiam fazer manifestações antes dos jogos, porque, em sua avaliação, quem assistiu à Copa "apenas queria desfrutar do futebol"

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Imagem ilustrativa da notícia Presidente da FIFA sobre a Copa: "êxito em todos os níveis" camera Infantino aponta Copa do Catar como 'verdadeiro êxito em todos os níveis' | Reprodução/ FIFA

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, afirmou nesta sexta-feira (16) que a Copa do Mundo do Qatar “foi um verdadeiro êxito em todos os níveis”. O dirigente elogiou a organização do Mundial e considerou que o maior legado do torneio que irá se encerrar no domingo (18) está no fato de que “aqueles que vieram descobriram que o que se dizia, o que se pensava, não é o certo” sobre o país. Infantino também defendeu a proibição da Fifa às seleções que pretendiam fazer manifestações antes dos jogos, porque, em sua avaliação, quem assistiu à Copa “apenas queria desfrutar do futebol”.

As declarações foram dadas por Infantino em entrevista coletiva realizada logo após reunião do Conselho da Fifa, em Doha. “Muita gente, de todo mundo, veio ao Catar e descobriu o mundo árabe. Os catarianos se mostraram muito aficionados e abriram suas portas, seu país, para todo mundo”, disse. “O maior legado é que aqueles que vieram descobriram que o que se dizia, o que se pensava, não é o certo. Elas puderam dividir seu tempo, passaram bem e conheceram melhor. Quando essas pessoas voltarem a seus países, elas vão falar sobre essa experiência. E creio que isso é um legado muito importante, que não é ligado diretamente ao futebol.”

Ressaltando que ainda faltam duas partidas para encerrar a Copa, o dirigente considerou que o torneio até aqui “foi fantástico, sem incidentes”. “Uma das principais preocupações estava relacionada à segurança. Trinta e dois países reunidos, com gente de todo mundo. Antes desse evento não estávamos seguros de como seria, se haveria briga entre pessoas de países diferentes. Mas não. Os seres humanos são pessoas boas em essência, não más. As pessoas se reuniram e celebraram.”

Apesar do discurso celebrando os pontos positivos da competição, Infantino também precisou responder sobre questões que perseguem o Mundial desde que o Catar começou a se preparar para receber o torneio. Entre elas estão as mortes de trabalhadores que trabalharam para viabilizar o torneio, e restrições envolvendo a comunidade LGBT+. A própria Fifa, por exemplo, proibiu manifestações de seleções sobre isso durante a Copa do Mundo.

Sobre isso, mais uma vez Gianni Infantino se valeu de um discurso mais diplomático e menos incisivo. “A Fifa é uma organização de 211 países do mundo todo”, disse. “Há distintas inquietações de diferentes países, porque há maneiras diferentes de ver as coisas. Como Fifa, devemos nos ocupar de todos. Somos uma organização global, não podemos discriminar nada”, afirmou o dirigente.

“Todo mundo pode expressar suas opiniões da maneira que quiser, de forma respeitosa. Mas temos que respeitar o jogo, e o regulamento está aí para respeitar e proteger os 211 países, estados, regimes e seus torcedores que querem se reunir e desfrutar o futebol”, disse Infantino.

Foi aí que ele defendeu as vedações impostas pela Fifa para manifestações durante as partidas. “Estamos defendendo valores, os direitos humanos, os direitos de todo mundo, mas esses torcedores, que são 50, 60, 80 mil que foram aos estádios, além de bilhões que veem na TV, nós também temos que pensar neles. Todo mundo tem seus problemas, mas essas pessoas querem passar os 90, 120 minutos, sem pensar em nada, apenas desfrutar do futebol”, afirmou Infantino. “O que se passa depois ou antes, fora da partida, todo mundo pode expressar sua opinião do jeito que quiser.”

O dirigente também foi indagado sobre os números discrepantes envolvendo mortes de trabalhadores. Entre as denúncias, o número de mortos variou de três a 500. “Creio que cada vítima é uma vítima em excesso, é uma tragédia para a família, para nós, para todo mundo. As cifras são díspares. Três que morreram em construção de estádios. Outras, que falam em 400 ou 500 pessoas, são pessoas que morreram em construções gerais desde 2014”, disse.

“Quando falamos de cifras, precisamos ser muito precisos, a fim de evitar gerar uma imagem de algo que na verdade é outra coisa. Qualquer pessoa que morrer é uma tragédia, e tudo o que pudermos fazer para mudar a lei, ajudar a proteger os trabalhadores, nós fizemos. E que pudermos fazer para mudar isso no futuro, já estamos fazendo.”

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