Às margens de uma paisagem tipicamente amazônica, o espírito natalino ganhou contornos de rivalidade e paixão pelo futebol na tarde desta quarta-feira (25), em Belém. Foi no bairro do Jurunas, na beira do rio Guamá, que torcedores de Remo e Paysandu se reuniram para celebrar o RexPa dos Amigos de Natal, evento que uniu confraternização, memória afetiva e a maior rivalidade do futebol paraense.
O encontro aconteceu no espaço Nu Rio Sports, que se transformou em palco de mais um capítulo simbólico do clássico considerado o mais disputado do mundo. Vestidos de azul e branco ou azul marinho, remistas e bicolores deixaram de lado a tensão das arquibancadas para viver um clima de amizade, resenha e respeito, sem abrir mão das provocações típicas que fazem parte da história do RexPa.
Mais do que uma simples partida, o evento teve clima de celebração. Entre risos, abraços e jogadas disputadas, o futebol serviu como elo para reunir amigos, vizinhos e amantes do esporte, reforçando o papel social que o clássico exerce na cultura de Belém. Para muitos participantes, a iniciativa resgata memórias de jogos históricos e fortalece os laços comunitários no bairro do Jurunas.

Jaldeci Lima, o DJ Baiano, detalha como essa história começou e que o objetivo é unir ainda mais a comunidade.
"A gente já tem muitos anos de parceria. O RexPa dos amigos é pra gente fazer com que o nosso RexPa não fique só no Mangueirão, no Baenão ou na Curuzu, a gente quer trazer para a nossa comunidade e possa agregar centenas de pessoas, tirar os jovens da rua e trazer pro esporte. A gente deu um tempo por causa da pandemia, e agora voltamos com força total", diz ele.

Ainda de acordo com os organizadores e participantes, a proposta é que o RexPa dos Amigos de Natal passe a integrar o calendário informal do bairro, tornando-se uma tradição anual. A expectativa é de que, a cada edição, mais pessoas se juntem à celebração, mantendo viva a rivalidade saudável e o espírito festivo que marcaram o encontro deste ano.
Embora a realidade dos times oficiais sejam bem diferentes com o Remo na Série A e o Paysandu na C, Fladmil Ferreira, o Papa Tudo, torce para que o futebol paraense se reerga e faça bonito em 2026.
"Nós estamos reunindo a família aqui. O que vale é a amizade, a consideração. E espero que o Remo se mantenha pelo menos um ano na Série A, nós estamos na Série C. Eu vou ver Remo e Corinthians aqui, e sou corinthiano mesmo e o Paysandu vai se reergue", profetiza o comerciante.
COMO FOI O JOGO
O retorno do evento, que agora passou a ser em um novo local, acabou com vitória do Clube do Remo por dois a zero, na somatória dos dois tempos, sendo 9 x 8 no primeiro e 2 x 0 no segundo.
No início, os bicolores começaram bem melhor dando uma verdadeira correria nos azulinos que precisaram correr atrás para chegar a igualdade no placar.
O artilheiro foi Júlio Cabral com cinco gols e sete assistências,
"Foi uma boa partida, todo mundo se ajudou. A gente joga mais pelada, society", diz ele lembrando que estava virado em razão das comemorações de Natal: "Eu tô virado, desde ontem comendo, bebendo, todo mundo virado, tudo em razão da paixão pelo futebol", afirmou.

Em meio ao cenário amazônico, o futebol mostrou mais uma vez sua capacidade de unir paixões, contar histórias e transformar rivalidade em confraternização — especialmente em um dia marcado pelo Natal.
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