Morreu neste sábado (20) Lindomar Castilho, um dos nomes mais emblemáticos da música brega brasileira. Conhecido como o “Rei do Bolero”, Castilho alcançou grande projeção nacional nos anos 1970, tornando-se um dos artistas que mais venderam discos no país, com sucessos como “Você É Doida Demais” e “Vou rifar meu coração”, que dominaram as rádios e embalavam corações.
Natural de uma época em que o bolero e o samba-canção ainda eram fenômenos de grande audiência, Lindomar ganhou notoriedade pelo estilo dramático e emotivo de sua voz, que marcou gerações e conquistou fãs por todo o Brasil. Ao longo de sua carreira, teve momentos de intensa popularidade e sucesso comercial, tornando-se referência dentro do gênero brega.
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Apesar do sucesso artístico, a carreira de Lindomar Castilho também foi marcada por um episódio violento e trágico. Em 1981, ele matou a tiros sua ex-mulher, a cantora Eliane de Grammont, durante uma apresentação em São Paulo. Condenado a 12 anos de prisão, cumpriu parte da pena e deixou a cadeia na década de 1990. O crime chocou o país e fortaleceu a mobilização contra a violência doméstica, com o lema “Quem ama não mata”.
A filha do cantor, Lili de Grammont, utilizou as redes sociais para refletir sobre a complexidade da relação com o pai e o impacto da tragédia na família:
“Ao tirar a vida da minha mãe, também morreu em vida. O homem que mata também morre. Morre o pai e nasce um assassino; morre uma família inteira.”
Ela afirmou ainda que se despede do pai com a consciência de ter feito tudo que lhe foi possível, “com dor, sim, mas com todo o amor que aprendi a sentir e a expressar nesta vida”.
Vida artística e retorno à música
Após cumprir pena, Lindomar retomou a carreira musical por um período, mas de forma discreta. Em 2000, lançou um álbum ao vivo, porém gradualmente se afastou da vida artística, vivendo de maneira reservada em Goiás. Durante sua passagem pelo presídio, chegou a lançar o CD “Muralhas da Solidão” e ministrou aulas de música e violão para os detentos, mantendo a relação com a arte mesmo em circunstâncias adversas.
Em entrevistas, Lindomar admitiu arrependimento pelo crime que cometeu e destacou que a experiência marcou profundamente sua vida e sua carreira. Sua filha Lili, por sua vez, contou que a reconciliação entre os dois se deu aos poucos, preservando um vínculo distante, mas afetivo.
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Legado musical
O que permanece de Lindomar Castilho é a marca que deixou na música brasileira, com uma voz que embalou gerações e canções que ainda são lembradas no repertório do brega. Seu estilo dramático e melodioso, aliado à força das composições, consolidou-o como uma referência do gênero e um ícone da música popular brasileira, mesmo que sua trajetória pessoal tenha sido marcada por tragédias e controvérsias.
“Somos finitos, nem melhores nem piores que o outro, somos seres inacabados que precisamos olhar para dentro e buscar nosso melhor”, escreveu Lili, refletindo sobre a complexidade de um artista cuja vida misturou talento e dor.
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