O que começa, muitas vezes, com mensagens insistentes pode rapidamente atravessar a linha do aceitável e se transformar em medo, vigilância constante e ameaça. A prática é conhecida como stalking (ou perseguição) e vai além da curiosidade obsessiva.
Trata-se de uma violência que invade a rotina, a privacidade e a saúde emocional das vítimas. No Brasil, desde 2021, essa conduta é crime, prevista no artigo 147-A do Código Penal, por meio da Lei nº 14.132.
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Foi nesse contexto que o ator Marcos Pitombo, de 43 anos, decidiu tornar pública uma situação que enfrenta há mais de um ano. Após a repercussão da prisão do stalker da atriz Isis Valverde, Pitombo usou as redes sociais para relatar que também é vítima de perseguição contínua, mesmo após ter registrado boletim de ocorrência e obtido medidas protetivas impostas pelo Ministério Público.
“Cadeia! Também sou perseguido por um stalker, com quem nunca tive nenhum tipo de contato ou relação anterior, há mais de um ano”, escreveu o ator. No desabafo, ele contou que o homem acompanha sua rotina, monitora os locais que frequenta, constrange amigos pelas redes sociais e chega a persegui-lo fisicamente em teatros onde se apresenta.
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Segundo Pitombo, as ameaças não se restringem ao ambiente virtual. “Ele me ameaça no meu local de trabalho”, afirmou. O ator reuniu dezenas de prints de mensagens enviadas pelo perseguidor, incluindo ofensas, ameaças explícitas e até insinuações de crime sexual. Em uma das mensagens, o homem afirma que “gostaria de passar a vida inteira” com o artista, mesmo sem nunca ter tido qualquer tipo de relação ou contato prévio.

Em outro trecho divulgado, o tom se torna ainda mais agressivo e alarmante, com xingamentos e ameaças diretas, evidenciando o risco psicológico (e potencialmente físico) imposto à vítima. Ao todo, Marcos revelou ter anexado mais de 300 registros ao processo judicial.
Apesar das medidas protetivas já concedidas, o perseguidor continua enviando mensagens e constrangendo pessoas próximas ao ator. Diante disso, Pitombo fez questão de reforçar a importância de denunciar e confiar na atuação do sistema de Justiça. “Que bom que a Justiça tem se debruçado sobre esse tema de forma enérgica, impondo limites a essas pessoas que desprezam princípios básicos de consentimento e bom senso”, escreveu.
Alerta à população
Casos de stalking não devem ser minimizados. Se você estiver passando por situação semelhante, procure a polícia, registre um boletim de ocorrência ou busque o Ministério Público. Em situações de risco imediato, ligue 190. Delegacias especializadas e canais de atendimento à vítima também oferecem orientação e apoio psicológico e jurídico. A denúncia é um passo essencial para interromper o ciclo da violência.
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