A série “Tremembé”, sucesso do Prime Video, reacendeu o interesse do público pelos bastidores do presídio mais famoso do Brasil — e pelas histórias sombrias que saíram de lá. Além de revisitar casos que chocaram o país, como os de Elize Matsunaga e Suzane von Richthofen, a produção também apresenta personagens inspirados em criminosos reais, cujas trajetórias são tão assustadoras quanto verossímeis.
Entre eles está Terremoto, interpretado por Miguel Nader, um dos nomes que mais chamam atenção pela brutalidade e presença marcante dentro da trama. O personagem é baseado em uma figura real descrita no livro “Tremembé: o presídio dos famosos”, do jornalista Ullisses Campbell, que também assina o roteiro da série.
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De cobrador a assassino de aluguel
Segundo Campbell, Terremoto era o apelido de um matador de aluguel que começou sua carreira no crime como cobrador de dívidas para agiotas. Por conta de sua aparência física — 1,90m de altura, corpo robusto e olhar intimidador —, ele era contratado para “resolver pendências” com violência.
Com o tempo, o criminoso passou a aceitar contratos de execução, cobrando entre R$ 5 mil e R$ 30 mil por morte. Sua marca registrada era um furo na testa das vítimas. O que começou como um “trabalho” tornou-se um vício, e, conforme o autor relata, Terremoto passou a sentir prazer em matar, transformando-se em um verdadeiro serial killer.
Quando foi finalmente preso, o matador já somava cerca de 40 homicídios, o que resultou em 76 anos de condenação. Ao ser transferido para a Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo — famosa por abrigar criminosos de alto perfil —, Terremoto rapidamente conquistou respeito e poder entre os detentos.
O reinado dentro de Tremembé
Sua fama de assassino frio e a força física o tornaram uma figura temida, capaz de influenciar a dinâmica do presídio e até interferir em decisões internas. De acordo com o livro e com a série, o criminoso também mantinha relacionamentos amorosos e sexuais com outros presos, inclusive com um detento apelidado de Tieta do Agreste, retratado na série como Gal, vivido por Luan Carvalho.
Essas relações, porém, eram instrumentos de manipulação — ele as usava para obter vantagens e controlar outros presos. Com o passar do tempo, a postura agressiva de Terremoto e suas tentativas de impor regras próprias começaram a gerar atritos dentro do presídio. Para conter o clima de tensão, ele foi transferido para outra penitenciária, cujo nome não foi revelado.
Morte trágica
Ainda assim, ele manteve o comportamento desafiador — e dessa vez, enfrentou o Primeiro Comando da Capital (PCC). O matador tentou tomar o controle de atividades internas, o que foi visto como afronta pela facção. Pouco tempo depois, acabou assassinado dentro da própria cela, em circunstâncias violentas que selaram o fim trágico de um dos criminosos mais temidos a passar por Tremembé.
A força da ficção baseada em fatos
Na adaptação do Prime Video, o personagem de Miguel Nader sintetiza essa mistura de poder, brutalidade e loucura que marcou o verdadeiro Terremoto. A atuação intensa e o realismo das cenas tornaram o personagem um dos mais comentados da série, que mistura drama carcerário e retrato social para revelar um lado pouco conhecido das prisões brasileiras.
Ao revisitar essas histórias, “Tremembé” mostra que, por trás das grades, há muito mais do que nomes famosos — existem personagens reais, temidos e esquecidos, que transformaram o presídio em um dos símbolos mais sombrios da criminalidade no país.
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