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SENTENÇA

Diddy é condenado a 4 anos de prisão por crimes relacionados a prostituição

Em julho, o rapper foi inocentado dos crimes mais graves com extorsão, que poderia o levar a prisão perpetua, e tráfico sexual.

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Imagem ilustrativa da notícia Diddy é condenado a 4 anos de prisão por crimes relacionados a prostituição camera O caso do Rapper Diddy teve grande repercussão internacional nos últimos anos. | (Divulgação)

Um dos julgamentos mais polêmicos e aguardados do mundo da celebridades chegou ao fim, tornando-se também um de maiores repercussões internacionais devido aos nomes envolvidos no caso.

Sean "Diddy" Combs, magnata do hip-hop também conhecido como P. Diddy, foi sentenciado nesta sexta-feira (3) a 50 meses de prisão, ou quatro anos e dois meses, e a pagar uma multa de US$ 500 mil pelo juiz distrital Arun Subramanian, em Manhattan.

A decisão encerra um dos julgamentos mais midiáticos na história recente da indústria cultural americana - comparável talvez apenas ao processo que inocentou Michael Jackson de acusações de abuso sexual infantil, em 2005.

Diddy, de 55 anos, havia sido condenado em 2 de julho por transportar pessoas através de fronteiras estaduais americanas para fins de prostituição, crime envolvendo duas ex-namoradas -a cantora Cassie Ventura e uma mulher anônima que usou o pseudônimo de Jane no tribunal.

Os promotores federais buscavam uma pena de 11 anos e três meses de prisão, além de multa de US$ 500 mil, enquanto a defesa buscava reduzir a pena a 14 meses e que ele saísse da prisão onde está detido desde setembro do ano passado. Ambas as partes apresentaram suas considerações finais ao longo da audiência, que começou às 11h da manhã, no horário de Brasília.

Em julho, o júri absolveu Diddy dos crimes mais graves -extorsão, pelo qual poderia ser condenado à prisão perpétua, e tráfico sexual das ex-namoradas, que poderia acarretar mais duas décadas de prisão.

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Segundo a acusação, o rapper providenciou o transporte de homens, dentro e fora dos Estados Unidos, para participar dos chamados "freak-offs" -orgias regadas a drogas que ele assistia, gravava vídeos e se masturbava.

A conduta viola o dispositivo legal americano conhecido como Lei Mann, de 1910, que proíbe o transporte de pessoas através de fronteiras estaduais para fins como prostituição. Além disso, ambas as vítimas testemunharam que Diddy as agredia fisicamente e ameaçava cortar o apoio financeiro se resistissem aos encontros.

Na corte, estava toda a família do rapper, incluindo sua mãe, seus seis filhos e Virginia Huynh, ex-namorada de Diddy que nega ter sido uma vítima dele -apesar de ter sido assim classificada durante o julgamento. Fãs acamparam em frente ao tribunal para acompanhar o dia.

Combs, que se declarou inocente de todas as acusações, havia enviado uma carta ao juiz, na quinta, pedindo clemência e dizendo que nunca mais cometeria nenhum crime. Também pediu que fosse exibido para o juiz um vídeo em que o rapper aparece brincando com os filhos e fazendo discursos motivacionais.

Segundo seus advogados, durante o tempo na prisão, Diddy passou por tratamento psicológico e deu aulas particulares a outros presos sobre negócios e desenvolvimento pessoal.

Mas, logo no início da audiência, o juiz disse que iria considerar toda a série de acusações contra Diddy. Foi uma derrota para a defesa, já que os advogados queriam que o juiz se concentrasse apenas na condenação quanto ao transporte para prostituição.

Os promotores ressaltaram como as ações e violências de Diddy marcaram profunda e negativamente várias pessoas. Já a defesa tentou minimizar os atos do rapper em relação à Lei Mann, tentando classificá-lo apenas como alguém que organizou e usufruiu da prostituição.

A defesa apelou para discursos emocionais e chegou a apresentar um vídeo com música dramática de Diddy fazendo discursos motivacionais e passando tempo com seus filhos e sua família. Uma das advogadas do rapper, Nicole Westmoreland, uma mulher negra, ressaltou como Diddy foi importante para a comunidade como empreendedor da moda, televisão e música. Os os seis filhos do rapper se dirigiram ao juiz, dizendo que o pai tinha mudado no tempo que passou preso e que não cometeria mais crimes.

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Os advogados disseram, ainda, que o comportamento de Diddy é consequência de traumas de infância -ele perdeu o pai aos 3 anos de idade- e relacionaram seus crimes ao vício em drogas que o rapper teria desde 2000. A defesa insistiu que Diddy mudou seu comportamento após passar mais de um ano preso e realçou sua importância para artistas negros.

Subramanian decidiu considerar um agravante de pena relacionado à coerção, devido às ameaças de Diddy em divulgar os vídeos de sexo. Ele ainda entendeu que os "freak-offs" não podiam ser classificados como meros encontros sexuais entre adultos com consentimento, como sugeriu a defesa, e que os acompanhantes sexuais contratados também foram vítimas.

"Um histórico de boas ações não pode apagar o registro neste caso, que mostra que você abusou do poder e do controle sobre a vida de mulheres que dizia amar", disse Subramanian. O juiz afirmou ainda que Diddy não era um mero cliente de serviços de prostutuição. "Você era mais do que isso, mesmo que para satisfazer seus desejos e não por dinheiro."

Subramanian disse que uma pena substancial é necessária "para enviar uma mensagem tanto a agressores quanto a vítimas de que a exploração e a violência contra mulheres são enfrentadas com verdadeira responsabilização."

RELEMBRE O JULGAMENTO

Composta por oito advogados, a defesa se deteve em negar a ligação direta entre violência doméstica e a participação das mulheres nos "freak-offs". A equipe destacou mensagens de texto nas quais as mulheres pareciam mostrar entusiasmo pelos encontros, embora elas tenham afirmado em júri que respondiam o que Diddy queria ouvir e que estavam presas em relacionamentos abusivos.

O julgamento, que durou cerca de dois meses, teve início em 5 de maio, com a fase de testemunhos estendida até 24 de junho. Diddy optou por não prestar depoimento, e a defesa não apresentou testemunhas.

O júri, composto por oito homens e quatro mulheres com idades entre 30 e 74 anos, ouviu 34 testemunhas e avaliou centenas de imagens. Entre as provas está um vídeo que mostra o espancamento de Cassie Ventura em 2016 no corredor de um hotel, enquanto ela tentava fugir de uma orgia.

Embora não tenha conquistado absolvição completa, Diddy celebrou o veredito com euforia em julho, sorrindo para a família e fazendo gestos de oração. No mesmo dia da decisão, o dançarino Edmond Laurent apresentou nova acusação contra o rapper, alegando que foi drogado, estuprado e contraiu uma infecção sexualmente transmissível durante uma festa.

Em paralelo, poucas semanas após o fim do julgamento, a promotora que liderou o caso, Maurene Comey, foi demitida pelo governo. Ela é filha do ex-diretor do FBI, James Comey, que teve desavenças com o presidente Donald Trump no passado.

Pessoas próximas a Diddy tentaram recorrer ao governante para conceder um indulto presidencial ao músico, mas Trump afirmou que seria difícil perdoá-lo após o magnata ter feito críticas a ele durante sua primeira passagem pela Casa Branca.

No fim de setembro, veio a público outro processo, desta vez movido por Deonte Nash. Estilista pessoal de Diddy, ele acusa o rapper de agressão sexual, tráfico humano, assédio e manipulação psicológica. A defesa nega as acusações.

O rapper permanece detido no Centro de Detenção Metropolitana do Brooklyn desde sua prisão em 16 de setembro de 2024, após ter sua fiança negada três vezes. A defesa tentou novamente a libertação condicionada ao pagamento de US$ 1 milhão após a condenação, mas o pedido foi negado.

Especialistas estimam que os honorários de sua defesa devem ultrapassar US$ 10 milhões -uma pequena fração de sua fortuna, avaliada em US$ 1 bilhão.

Histórico do caso

A crise envolvendo Diddy começou em novembro de 2023, quando Cassie Ventura o acusou de abuso físico e sexual durante anos de relacionamento, além de tráfico sexual. Embora a ação tenha sido retirada após um acordo confidencial milionário, ela abriu caminho para uma série de acusações.

Em março de 2024, a polícia fez buscas em propriedades do rapper em Los Angeles, Nova York e Miami, apreendendo dispositivos eletrônicos, drogas, armas de fogo não registradas e mais de mil garrafas de óleo de bebê e lubrificante íntimo. Em maio, um vídeo da agressão contra Ventura foi divulgado pela imprensa americana, mostrando o rapper batendo, arrastando pelo chão, puxando pelos cabelos e chutando a então namorada.

Diddy é uma das maiores figuras do hip-hop nos Estados Unidos. Fundador da Bad Boy Records, ele é um dos nomes responsáveis pelo sucesso do rap nos anos 1990.

Além de rapper, Combs se tornou um dos principais magnatas do show business das últimas três décadas -conquistou três prêmios Grammy, apadrinhou artistas como Jay-Z, Pharrell Williams e Drake, e produziu "No Way Out", de Notorious B.I.G., um dos álbuns de rap mais bem-sucedidos da história, com aproximadamente 6 milhões de cópias vendidas.

Em 2017, liderou uma lista da Forbes de celebridades mais bem pagas, tendo faturado US$ 130 milhões em 12 meses.

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