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Silvio Tendler, ícone do documentário, morre aos 75 anos

Cineasta morreu no Rio de Janeiro em decorrência de infecção generalizada; a obra dele foi marcada pelo engajamento político e pela defesa da memória histórica

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Imagem ilustrativa da notícia Silvio Tendler, ícone do documentário, morre aos 75 anos camera Cineasta dedicou mais de 50 anos a documentar histórias e personagens marcantes do Brasil. | MST/Divulgação

O Brasil se despede de uma das figuras mais marcantes do cinema documental. Morreu na manhã desta sexta-feira (5), no Rio de Janeiro, o cineasta Silvio Tendler, aos 75 anos de idade. Conhecido como o “cineasta dos sonhos interrompidos”, Tendler teve uma trajetória marcada por filmes que resgataram figuras e momentos cruciais da história brasileira.

Silvio estava internado no Hospital Copa Star, em Copacabana, na Zona Sul da capital fluminense, e faleceu em decorrência de uma infecção generalizada. A informação foi confirmada pela filha dele, a também cineasta Ana Rosa Tendler.

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Uma vida dedicada ao cinema e à memória

Com mais de cinco décadas de carreira, Silvio Tendler produziu e dirigiu mais de 70 filmes e 12 séries para a televisão. Entre as obras dlee mais conhecidas estão os documentários "Jango" (1984), "Os Anos JK – Uma Trajetória Política" (1980), "Glauber, o Filme – Labirinto do Brasil" (2003) e "O Mundo Mágico dos Trapalhões" (1981), além de títulos mais recentes como "Saúde Tem Cura" (2021), que discute a importância do Sistema Único de Saúde (SUS).

A obra dele ganhava destaque pelo forte engajamento político e pela abordagem sensível de personalidades cuja trajetória foi interrompida pela repressão ou por mortes precoces, como João Goulart, Juscelino Kubitschek, Carlos Marighella e Glauber Rocha.

“A minha paixão por cinema vem daquela geração que tinha 14 anos em 1964. Era uma geração que teve a cabeça feita por Glauber, Godard, Truffaut, Joaquim Pedro, Leon. E eu me apaixonei por cinema”, declarou Tendler na série Cineasta do Real, dedicada a documentaristas brasileiros.

Da militância ao exílio e à consagração

Nascido no Rio de Janeiro em 1950, Tendler iniciou a atuação no movimento cineclubista nos anos 1960. Em 1968, chegou a liderar a Federação de Cineclubes do Rio de Janeiro e realizou o primeiro documentário sobre João Cândido, o Almirante Negro, líder da Revolta da Chibata.

Durante a ditadura militar, Silvio se exilou no Chile e depois na França, onde formou-se em História pela Universidade de Paris VII e concluiu mestrado em Cinema e História pela École des Hautes Études – Sorbonne. Desde 2011, ele utilizava cadeira de rodas devido a um problema na medula, tema abordado no documentário "A Arte do Renascimento", dirigido por Noilton Nunes.

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Prêmios, reconhecimento e legado

Tendler acumulou prêmios nacionais e internacionais, como o Troféu Margarida de Prata (1999), o Prêmio Salvador Allende (2005) e medalhas de honra como a Pedro Ernesto, Tiradentes e Chico Mendes. As obras dele foram exibidas em festivais como Cannes, Trieste e em mostras pela Europa e América Latina.

Entre os principais títulos produzidos por ele também estão:

  • Encontro com Milton Santos: O Mundo Global Visto do Lado de Cá (2006)
  • Utopia e Barbárie (2009)
  • Militares da Democracia (2014)
  • Os Advogados Contra a Ditadura (2014)
  • Tancredo, a Travessia (2011)

Além disso, Silvio Tendler foi professor da PUC-Rio desde 1979 e manteve forte atuação em políticas públicas de audiovisual. De origem judaica, com raízes ucranianas e bessarabianas, viveu na Tijuca, em Copacabana, no Chile e em Paris.

O cineasta deixa a filha Ana Rosa, um neto e um grande legado com mais de cem produções audiovisuais, consolidando o nome como um dos maiores defensores da memória política e social brasileira por meio do cinema. O velório de Silvio Tendler está marcado para ser realizado neste domingo (07), às 11h, no Cemitério Israelita do Caju, no Rio de Janeiro.

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