Fernanda Torres retorna a Veneza como jurada de festival

Fernanda Torres está de volta a Veneza, agora como jurada de um dos festivais de cinema mais prestigiados do mundo. A atriz brasileira desembarcou na cidade italiana nesta semana e compartilhou nas redes sociais um vídeo da chegada de barco, relembrando com bom humor a última passagem pelo evento, em 2024.

“Um ano atrás eu estava aqui com o filme e esse ano ainda estou aqui, no jurí”, brincou, fazendo referência ao longa Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, em que interpreta a protagonista. A produção estreou no Festival de Veneza no ano passado e foi aplaudido por 10 minutos ininterruptos.

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Na ocasião, a produção brasileira conquistou três importantes prêmios: o de Melhor Roteiro, assinado por Murilo Hauser e Heitor Lorega; o SIGNIS Award; e o Green Drop Award, estes dois últimos para o diretor do longa, Walter Salles. A volta de Fernanda ao festival, desta vez como integrante do júri, consolida a trajetória internacional da atriz. Além disso, simboliza também a crescente visibilidade do cinema brasileiro em eventos de prestígio mundial.

Durante a viagem, a atriz também comentou a atual conjuntura política ao lado de amigos russos. “Eles disseram que não é uma boa hora na Rússia. Eu disse que não é uma boa hora em lugar nenhum”, afirmou na publicação.

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Reconhecimento histórico no Oscar 2025

Ainda Estou Aqui conquistou sucesso no circuito internacional de cinema e alcançou um feito inédito quando foi premiado como Melhor Filme Internacional no Oscar 2025, a primeira vitória do Brasil nessa categoria, após mais de duas décadas de indicações.

Fernanda Torres foi indicada ao prêmio de Melhor Atriz pela atuação no longa, mas a estatueta ficou com Mikey Madison, pelo filme Anora. A nomeação da brasileira trouxe à tona a lembrança de Fernanda Montenegro, que em 1999 tornou-se a primeira latino-americana indicada na mesma categoria, por Central do Brasil, também dirigido por Walter Salles.

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Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, Ainda Estou Aqui retrata a prisão e a morte de Rubens Paiva pelas mãos da ditadura militar, sob o ponto de vista da esposa do político. Paiva foi retirado de casa por agentes do regime em 1971 e nunca mais foi visto. Até hoje, as circunstâncias da morte dele permanecem sem esclarecimento ou punição.

Além de Fernanda Torres e Montenegro, o elenco conta com Selton Mello, que interpreta Rubens Paiva. Com a direção de Walter Salles, o filme marcou a terceira ida do cineasta brasileiro ao Oscar, repetindo o feito de Central do Brasil, indicado a Melhor Filme Internacional em 1999.

A presença de Fernanda Torres no júri do Festival de Veneza simboliza não apenas o prestígio da carreira da atriz, mas também o impacto crescente da produção cinematográfica brasileira no cenário global.