
Cada vez mais a importância de se discutir questões sobre direitos humanos, bullying e preconceitos ganha força no Brasil. Um desses pontos é a questão do capacitismo, a discriminação e humilhação de pessocas com deficiência. Alguns casos ganham destaque, como a condenação do humorista Leo Lins por fazer piadas preconceituosas em seu show.
Já em outros, entretanto, o preconceito pode ocorrer de forma que parece menos agressiva, mas que para quem é vítima do constrangimento, pode soar de forma dura.
Durante sua apresentação na Festa do Padroeiro, em Pernambuco, o cantor Nattan surpreendeu o público ao oferecer R$ 1 mil em dinheiro para que um homem convidado beijasse uma mulher com nanismo no palco. A cena foi registrada por um cinegrafista e divulgada em vídeos nas redes sociais — logo contagiando o público e gerando forte repercussão.
Nattan pagou R$ 1 mil para homem beijar mulher com nanismo em show.
— QG do POP (@QGdoPOP) August 6, 2025
Associação Nanismo Brasil (Annabra) disse que artista expôs mulher ao ridículo e que vai denunciar caso ao Ministério Público. pic.twitter.com/QAyeUUHfYX
Acusações e debates sobre respeito e sensibilidade
A situação foi amplamente criticada por internautas e ativistas, que a consideraram um ato de capacitismo, ou seja, desrespeito e escárnio direcionados a uma pessoa com deficiência.
Organizações em defesa dos direitos das pessoas com deficiência destacaram que a atitude reforça estigmas e tratou a mulher como objeto de entretenimento, denunciando a falta de sensibilidade social.
"Os anões podem colar comigo"
Após a repercussão negativa do vídeo, Nattan compartilhou uma justificativa por meio das redes sociais. Ele afirmou que o valor era oferecido para ambos os participantes do beijo, não apenas ao homem, explicando que a cena é um tipo de brincadeira recorrente em seus shows:
“Sempre é mil reais pro casal. E faço isso em quase todo show e com todo mundo. Sobe no palco e beija quem quer. E os anões podem colar comigo aí que aqui é só benéfico.”
O artista acrescentou que a proposta foi feita de forma espontânea, sem intenção de ofender e com consentimento das pessoas envolvidas. Contudo, reconheceu que a repercussão gerou debate intenso sobre respeito e protagonismo das pessoas com deficiência.
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