A cantora paraense Gaby Amarantos, que está entre os indicados para o Grammy Latino 2023, expôs um caso de xenofobia musical após a gravação de dois programas para a rádio NovaBrasil FM, sediada em São Paulo (SP). O caso foi lamentando e criticado pela artista nas redes sociais na última sexta-feira (22).

“Gente, eu acabo de sair da rádio Nova Brasil FM, onde eu dediquei horas do meu tempo para gravar dois programas e um era ao vivo na programação”, iniciou a artista em um vídeo compartilhado com seus seguidores. “A gente conversou, falou super sobre o TecnoShow, falou sobre a indicação ao Grammy, mas na hora de tocar pasmem: não quiseram tocar TecnoShow porque, segundo o produtor, o público deles é mais (e fez assim com a mão) ‘elevado’”, narrou Gaby, gesticulando as aspas no ar.

“Na hora eu fiquei tão sem reação que eu falei: ‘Não acredito que eu tô aqui falando sobre um movimento tão importante e essas pessoas não querem tocar a música desse movimento’”, disse, visivelmente incrédula.

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Rádio se pronuncia

A publicação da cantora foi feita na noite de ontem com a legenda “Em pleno 2023 e ainda passamos por isso! Teu Radar tá falho, NovaBrasil FM”. Não demorou muito até que internautas criticassem a conduta da rádio, que se manifestou na manhã deste sábado (23) com a publicação de uma nota.

No comunicado, a rádio assume ter errado com Gaby Amarantos, tanto que dedica a publicação para ela, e afirma ter faltado “educação, delicadeza, escuta e senso artístico".

Esse erro atinge aquilo que nos é prioridade absoluta: a defesa da brasilidade, sua diversidade e toda a sua pluralidade. Por isso, pedimos desculpas! Queremos ouvir você falando na NovaBrasil mais vezes como ouvimos hoje e cantando na nossa programação. Solta sua voz, mostra todo seu brilho e traga esse Grammy Latino”, diz trecho da nota.

Por fim, a rádio se comprometeu ainda a tocar e inserir as músicas de Gaby na programação a partir da próxima semana.

Xenofobia musical

Essa não é a primeira vez que Gaby Amarantos fala sobre o preconceito sofrido na indústria musical. Em dezembro de 2021, ela e outros artistas amazônidas criticaram o Prêmio Multishow por ter deixado de lado produções nortistas de sua lista, o que estaria refletido na falta de nomeações. Na época, a cantora e compositora estava em alta com o seu álbum “Purakê”.