Keila desabafa sobre abuso e consegue medida contra o ex

Um relacionamento abusivo não começa com tapa na cara ou ameaça de morte. A violência, inclusive, pode jamais se manifestar de forma física. Infelizmente, isso não significa que a dor e a destruição sejam menos reais. Um relacionamento abusivo não precisa ser sinônimo de feminicídio para ter nossa atenção.

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Diante desta situação, a cantora Keila decidiu desabafar nas redes sociais, na tarde desta terça-feira (28), sobre uma crise de separação conjugal com o ex-marido, o DJ Clécio Leitão. Os dois tiveram um casal de filhos durante o tempo que passaram juntos. Na web, Keila desabafou e incentivou outras mulheres a denunciarem esse tipo de abuso.

Em uma sequência de tweets, Keila revelou: "Eu sofri violência física, emocional e patrimonial". Ela afirmou ainda que perdeu o medo de ficar calada: “Eu percebi que meu silêncio estava piorando as coisas. Foi muito difícil mas também libertador”.

Ainda, segundo ela, o casal vivia de aparência e o que muitas pessoas viam, era apenas uma “capa” que o casal fazia por questões de trabalho e medo do ex-marido. “Na verdade, eu só queria morrer pois não sabia como me livrar disso e parecia que não tinha saída".

Keila também abriu uma sequência de stories no Instagram com algumas fotos falando sobre o que ela costumava ouvir diariamente do ex-companheiro.

"Embagulhou", "louca", "ingrata" e "desequilibrada", escreveu na legenda. Ainda no stories, ela descreve o que machucava a autoestima dela: "ninguém vai te querer cheia de filhos", "pensa que ainda é garota?", "o que vai ser dessas crianças com uma mãe dessa?", "não consegue se cuidar sozinha", "a fulana tá linda, tu tem que ficar assim, isso que vende", além de ameaças e pragas, como "tu vai pagar" e "tu vai morrer cega", escreveu.

"Tu vai morrer cega", é uma referência ao fato da cantora ter glaucoma, uma doença ocular que, se não controlada, pode levar à perda gradativa da visão.

Por fim, Keila publicou um mural de fotos falando que se libertou de um relacionamento tóxico e de aparência e aproveitou para incentivar outras mulheres a não passar pela mesma situação e saiu em defesa delas: “somos vulneráveis”.

MEDIDA PROTETIVA

Ainda no começo da noite desta terça-feira, Keila conseguiu uma medida protetiva contra o ex-companheiro. Ela registrou boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher na última segunda-feira (27). A medida protetiva foi dada pelo juiz Heyder Tavares Ferreira.

No documento, ele determina que Clécio mantenha a distância mínima de 300 metros da cantora. Ele também está impedido de manter contato com ela, seja pessoalmente, por telefone ou mensagens de celular ou redes sociais. Clécio também não pode frequentar o apartamento da artista a fim de "preservar a integridade física e psicológica" dela.

Em entrevista ao DOL, Keila afirma que continua com medo, mesmo após a medida, mas ressalta que não quer fama, mas o apoio e justiça.

“Eu continuo com medo, mas fiz a medida. Não to aqui pra ganhar like, acesso e seguidores. Quero é apoio e alertar outras mulheres e fazer com que desse um basta no comportamento dele. Ele tava se aproveitando do meu silêncio para se colocar como vítima e me difamar na cidade. Ele abordou meus fãs, eu tenho prints, provas e testemunhas de tudo o que aconteceu. Não tenho motivos pra inventar nada disso e de uma dor tão grande. To me sentindo perseguida e ele tentar entrar em contato comigo e agora a família dele quer me intimidar pra calar minha boca”, contou Keila.

O produtor será intimado da decisão e, em caso de descumprimento, poderá ser preso preventivamente com o emprego de força policial em caso de necessidade.

OUTRO LADO

Em nota divulgada pelo advogado André Luan Costa Soares, que representa Clécio, eles esclareceram que:

“Primeiramente gostaríamos de destacar que os fatos narrados por Keila Gentil, não condizem com a realidade e partem de uma narrativa unilateral e distorcida de uma vida conjugal que houve entre eles.

As acusações veiculadas serão devidamente contestadas em juízo, diante da adoção das medidas cabíveis ao caso.

No que tange a medida protetiva, a qual foi prematuramente concedida, destaco que não houve contraditório, e em respeito a ampla defesa e proteção dos direitos do meu cliente, nos reservamos a tratar tão somente em juízo, meio hábil a solucionar o caso, principalmente diante das proporções tomadas pelas ilações propaladas”.