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“DESCANSAR NUMA CACHOEIRA”

Gaby Amarantos é criticada por postagem sobre Marília

O escritor André Gabeh, que aborda o tema das religiões afro, teceu críticas à cantora paraense

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Imagem ilustrativa da notícia Gaby Amarantos é criticada por postagem sobre Marília camera Segundo André Gabeh, “religiões africanas não precisam de mais essa camada de verniz demonizante good vibe” | Divulgação - TV Globo e Reprodução - redes sociais

A jornalista Claudia Matarazzo Mieli é especialista em etiqueta e comportamento. No livro “Etiqueta sem frescura”, Claudia dedica um capítulo para falar sobre como comportar-se em momentos de luto. Segundo a autora, “parece fútil pensar em etiqueta nessas ocasiões tão dolorosas. Mas é justamente nessas horas que as regras de comportamento social ajudam a gente a dar o apoio necessário à família”.

Segundo a especialista, ao prestar condolências à família, dizer “sinto muito”, com naturalidade e carinho, soa melhor do que recordar passagens da vida do falecido e discursos sobre a importância do morto. A cantora paraense Gaby Amarantos não seguiu à risca as orientações de etiqueta e fez uma declaração, no Twitter, que revoltou usuários da rede social.

Vídeo: Henrique, Juliano, Maiara e Maraísa cantam em velório

Momentos após a confirmação da morte da "Rainha da Sofrência", Gaby postou: “tem q ser muito amada pra descansar numa cachoeira”. O cantor e escritor André Gabeh – que participou da primeira edição do BBB – foi um dos que criticou a declaração da cantora paraense.

Segundo André, a frase de Gaby apresenta traços de "positividade tóxica" e, ainda, pode trazer interpretações distorcidas sobre o sentido das religiões de matriz africana. Ele afirma que a colocação de Gaby Amarantos pode criar uma associação errônea da morte de Marília Mendonça à entidade Oxum, uma orixá cultuada na umbanda e no candomblé como rainha da água doce, dona dos rios e cachoeiras.

“Primeiro: Marília Mendonça era uma jovem de 26 anos, apaixonada por seu trabalho, por sua arte. Vivia cantando e fazendo lives por vontade própria e era uma criatura animada e solar. Ela não estava cansada de nada. Segundo: Oxum não está envolvida nos ritos de morte. Aliás quem decide o nascimento e partida de alguém, segundo os Yorubás, é Olorum/Olodumaré, o Deus supremo”, explicou o escritor, autor do livro “Nunca foi sorte, sempre foi macumba”, que aborda justamente o tema das religiões afro no Brasil.

Neste sábado, a palavra “Oxum” chegou a ficar entre os assuntos mais comentados entre os usuários do Twitter no Brasil.

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