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PRISÃO

Atriz de 'Smallville' é condenada por participação em seita

Integrantes formavam uma espécie de irmandade de escravas sexuais

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Imagem ilustrativa da notícia Atriz
de 'Smallville' é condenada por participação em seita camera Allison fez a personagem Chloe em Smalville | Reprodução

A atriz Allison Mack, 38, foi condenada nesta quarta-feira (30) a três anos de prisão, segundo a People. Mack confessou em 2019 que havia chantageado duas mulheres como parte do NXIVM e recentemente pediu desculpa às vítimas do culto sexual.

Atriz fala pela primeira sobre participar de seita sexual

O Gabinete do Procurador dos Estados Unidos, no Distrito Leste de Nova York, anunciou a sentença que também inclui uma multa de US$ 20 mil, o equivalente a cerca de R$ 100 mil na cotação atual. A atriz de "Smallville" enfrentou um máximo de 40 anos de prisão antes da audiência da sentença.

As diretrizes de sentença federal recomendavam uma punição mais baixa de 14 a 17 anos e meio. Os promotores escreveram solicitando por uma sentença menor do que as diretrizes pedem, apontando que a atriz "forneceu assistência substancial ao governo" no processo contra seus co-réus.

A atriz chorou ao ler seu pronunciamento e após a condenação afirmou que "tomei decisões das quais sempre me arrependerei", e ainda disse sentir "remorso e culpa" pelo caso. O juiz do caso, Nicholas Garaufis, disse que acreditava que as desculpas eram sinceras, no entanto alegou que ela deveria ter uma pena dura por ter sido "aliada pró-ativa" de Keith Raniere.

Mack estava livre e morava com os pais desde 8 de abril de 2019. No último sábado (27), antes da sentença, ela divulgou um comunicado pedindo desculpas a todos que foram prejudicados por seu envolvimento no NXIVM, culto liderado por Raniere.

"É de suma importância para mim dizer, do fundo do meu coração, eu sinto muito", escreveu a atriz em carta. O pedido veio a público poucos dias depois que procuradores federais que ela fosse absolvida por seu envolvimento com a seita.

"Eu me joguei nos ensinamentos de Keith Raniere com tudo o que tinha. Eu acreditava, de todo o coração, que sua orientação estava me levando a uma versão melhor e mais iluminada de mim mesma. Dediquei minha lealdade, meus recursos e, em última análise, minha vida a ele. Este foi o maior erro e arrependimento da minha vida", declarou a atriz.

Em outubro de 2020 a herdeira do grupo canadense de bebida Seagram, Clare Bronfman, também foi julgada por envolvimento com a NXIVM. Bronfman foi condenada por duas acusações, pelas quais já havia se declarado culpada em abril de 2019.

A herdeira havia cometido fraude em cartão de crédito e fez conspiração para acolher e esconder imigrantes ilegais em busca de benefício financeiro. Ela foi condenada a seis anos e nove meses de prisão. Segundo a promotoria, Bronfman abrigava pessoas que estavam nos EUA ilegalmente em troca de serviços e trabalhos.

PRISÃO

A atriz chegou a ser presa em 2018 sob acusações de tráfico sexual, conspiração para tráfico sexual e conspiração para trabalho escravo, mas foi liberada após pagar fiança de US$ 5 milhões (cerca de R$ 19,3 mi). As acusações podem render penas de 15 anos à prisão perpétua.

A seita que Mack é acusada de liderar é conhecida por NXIVM (pronuncia-se nexium) e, segundo a acusação, funcionava sob uma filosofia que prometia sucesso pleno. Seu idealizador, Raniere, cujo slogan era "trabalhando por um mundo melhor", foi preso no ano passado.

O grupo existia há mais de 20 anos, tendo sido criado em 1998, como um programa de autoajuda. Segundo dados da própria organização, o NXIVM já trabalhou com mais de 16 mil pessoas. Em seu site oficial, descreve-se como uma "comunidade guiada por princípios humanitários em busca de empoderar as pessoas e responder questões importantes sobre o que significa ser humano".

Além de cursos e workshops, a seita tinha um braço mais exclusivo, o DOS. A principal teoria é que a sigla queria dizer "dominus obsequious sororium", que em latim quer dizer "mestre das mulheres escravas". Era justamente nesse setor mais obscuro que Mack teria sido convidada a participar como recrutadora.

De acordo com a revista americana Variety, as mulheres selecionadas passavam por um ritual de passagem. Elas eram marcadas na região pélvica com uma caneta de cauterização. As marcas eram as iniciais KR (Keith Raniere) ou AM (Allison Mack).

Durante o procedimento, as pessoas da seita geralmente colocavam suas mãos sobre seu peito e diziam frases como: "sinta a dor" e "pense no seu mestre". Nuas, elas faziam um voto de lealdade ao seu guru. Sua submissão era reforçada com fotos nuas que eram guardadas pelo grupo.

Além disso, segundo depoimentos colhidos pela Justiça dos Estados Unidos, a NXIVM funcionava como uma seita, e suas integrantes formavam uma espécie de irmandade de "escravas" que passaram por uma lavagem cerebral.

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