Ao lado do filósofo Paul B. Preciado, o cantor e compositor Caetano Veloso encerrou o penúltimo dia da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) 2020, transmitido através de live neste sábado (5). Na ocasião, o cantor diz que sofreu um “apagão” em sua sexualidade após ser preso na ditadura militar.
Caetano ficou 54 dias encarcerado sob a acusação de ser um cantor “subversivo e desvirilizante”. Segundo o artista, ele deixou de sentir atração sexual por homens por conta do ambiente “muito masculino” da prisão.
“Fiquei numa solitária. Depois de alguns dias sem ninguém falar comigo, deitado no chão, houve uma espécie de apagamento do meu reconhecimento de mim mesmo. Senti que Narciso estava, de fato, em férias”, afirma Caetano.
“O espaço muito masculino da prisão militar causou outro apagão no Narciso aqui, que foi da atração sexual e sentimental por homens. Fiquei com uma rejeição sexual em relação à figura dos homens, que eu não tinha”, completa.
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Ainda durante o evento, o famoso também relembrou paixões que teve por homens e mulheres na juventude, mas diz que recusava ser rotulado como “bissexual”.
“Aos dezenove, me apaixonei por um amigo. Apaixonar significa você sentir aquela imensidão dentro da sua alma na presença da pessoa, no pensamento, nos sonhos. Não teve história, porque ele não quis. Podia ter me casado com ele, e tenho certeza de que meus pais assimilariam muito bem. Mas muitas pessoas que eu conhecia usavam essa expressão “bissexual” para efeitos muito inautênticos. Então eu dizia: “também não quero esse [termo]”, afirma.
CONFIRA O DESABAFO DO CANTOR NA ÍNTEGRA!
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